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Campo-grandense de 35 anos vai a trabalho para Brasília e morre de covid

Joilson Caceres de Albuquerque tinha 36 anos, era saudável e morreu em poucos dias

Gabriela Couto | 18/04/2021 17:40
Campo-grandense de 35 anos vai a trabalho para Brasília e morre de covid
Pai presente, Joilson é mais uma vítima levada pela covid-19 mesmo com 36 anos e sem comorbidades (Foto Facebook)

Aline Felix, 35 anos, está voltando para casa com a pior notícia de sua vida. O esposo Joilson Caceres de Albuquerque, 36 anos, é mais uma vítima da covid-19. Daqui pra frente ela está sozinha com os dois filhos do casal, Nicolas 11 anos e Enrico de apenas 1 ano e 7 meses.

O marido saiu de Campo Grande e foi para Brasília (DF) no dia 29 de março. Passou pelo Aeroporto Internacional da Capital e desembarcou tranquilamente no Planalto Central como o combinado com a empresa de telecomunicações que trabalhava.

No entanto no dia 31 de março, o homem que não tinha nenhuma comorbidade apresentou os primeiros sintomas da covid-19. “Ele foi orientado pela empresa a fazer o tratamento e isolamento no hotel. Mas no dia 06 de abril não conseguia mais respirar direito e foi procurar ajuda médica na UPA (Unidade de Pronto Atendimento)”, conta a companheira de 18 anos de casamento.

Campo-grandense de 35 anos vai a trabalho para Brasília e morre de covid
Aline Felix ficará responsável pelos meninos Enrico e Nicolas a partir de agora (Foto Facebook)

Temendo o pior, Joilson pediu para a esposa ir até Brasília acompanhar o tratamento de perto. “Ele estava com medo de me deixar. Dizia estar preocupado porque só tinha ele para cuidar de mim, já que não tenho mais meus pais vivos. Perguntava muito dos meninos”, conta Aline.

Ela viu o marido no dia 09 de abril. No dia 10 ele foi intubado e neste domingo, às 07h47 ele faleceu. Os médicos explicaram que demoraram em conseguir acertar o antibiótico para a pneumonia. “Foi muito rápido. Cinco dias na UPA e uma semana intubado. A gente sempre pensa que com a gente não vai acontecer”, desabafou.

Neste tempo todo de pandemia a família se cuidou para evitar se contaminar. “Acredito que na semana que fomos ao mercado, correndo para abrir nossa conveniência com panificadora ele possa ter pegado a covid. Ele também não levou a sério. Achou que a dor de garganta era do choque térmico do freezer com o calor externo. Na hora que ele fez teste não acreditou.”

Segundo Aline, o marido cogitou a possibilidade de voltar para casa e ela também pensou em ir buscá-lo de carro. Mas a empresa orientou Joilson a ficar em isolamento.

“Não estou acreditando que Deus está fazendo isso comigo. Mais de um ano e meio de pandemia. Vários amigos nossos pegaram e deu em nada. Como que com ele que não tinha nada poderia dar algo. A gente fica pensando, se tivesse ido pegar ele, trazido para nossa cidade para ter um atendimento melhor. Mas agora não dá mais. Estou só pensando nos meus filhos”, lamentou.

A vítima também era o único filho vivo dos pais dele. O irmão caçula morreu com 15 anos quando jogava bola e sofreu um ataque fulminante do coração.

O corpo de Joilson deve chegar em Campo Grande por volta das 10h desta segunda-feira (19). O velório será na Pax Nippon, localizada na Rua 13 de Maio, 2102, no Centro.

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