"Cão fugia direto" porque vivia preso em cubículo, diz homem que matou pitbull

Depois de matar o pitbull Zeus na frente de vizinhos, parar na delegacia e ter a arma apreendida, o homem que atirou garante que não se arrepende. “Matei para salvar meus filhos”, argumenta o pai, que aceitou dar entrevista ao Campo Grande News, mas pediu para ter apenas o primeiro nome divulgados: Diego.

Segundo ele, no dia da confusão, 19 de agosto, fazia compras, quando a filha de 13 anos ligou “desesperada”, dizendo que Zeus havia fugido “de novo” e estava atacando o irmão de 11 anos e um amigo de 9. “O meu filho conseguiu fugir, mas o menorzinho não, o cachorro até arrastou ele”, afirma.

Na versão do pai, a reação após o telefonema foi largar tudo e correr para o condomínio. Ao chegar, diz que entrou em casa, pegou a arma sem registro, saiu e encontrou o cachorro em outro ponto do residencial, “pronto para atacar outras pessoas”, foi quando disparou 3 vezes.

Agora, Diego terá de responder pelos crimes de maus-tratos qualificado e com o aumento de pena devido à morte do animal, além de porte ilegal de arma de fogo.

Ele isenta o animal de responsabilidade e joga “a culpa” para a dona de Zeus. “Esse condomínio é de casas muito pequenas, todas grudadas. Não tem como ter um cachorro desse porte. Ele vivia fugindo e atacando. Um dia ia acontecer uma desgraça”, justifica.

Para comprovar a tese, Diego enviou fotos da bermuda que uma das crianças usava no dia, com buracos que teriam sido feitos pelas garras do cão, além de foto do ferimento na perna de um dos menores, detalhe da corda fina que amarrava Zeus e do “local minúsculo onde o cão vivia dias e noites”, segundo ele, “sem direito a passeio”. “Ela (a dona) nunca saiu com ele. Aqui no condomínio, quero ver encontrar alguém que viu um dia ela colocar a coleira no cachorro”, desafia.

A família mora no condomínio, no Bairro São Jorge da Lagoa, há quase 4 meses e nesse tempo, o pai garante que ligou várias vezes pedindo providências sobre o cachorro andando pelo local.

“No dia mesmo que tudo isso aconteceu, eu liguei para ela, que nem estava em casa. Avisei que o cachorro tinha fugido e que todo mundo estava com medo. Mas ela só foi chegar no condomínio bem depois dos tiros”, diz.

“Esse cachorro nunca recebeu carinho. Todo animal é irracional e vai do dono cuidar do cachorro. O dia que o ataque aconteceu, meu vizinho de 9 anos, que se machucou, nem dormiu, ficou traumatizado”, comenta.

Apontado pela polícia como “de extensa ficha criminal por violência doméstica”, Diego admite que “já errou sim”, mas não da forma como foi passado para a imprensa. “Tive mesmo uma situação no passado, mas só uma e já paguei pelo meu erro”, garante.

Outro cão - Agora, ele diz que a dona do animal faz uma vaquinha para comprar outro pitbull, o que promete mais confusão. “Aí, vamos ter de entrar com processo né. Não sei quem vai mudar primeiro, eu ou ela. Mas aqui não vai ter mais pitbull, não”.

Ao Campo Grande News, a dona do animal, Emília Rodrigues, garantiu em entrevista que o cachorro era dócil e minutos antes, tinha pulado em uma criança do prédio. “não mordeu, nem nada, as crianças vivem brincando com ele”.