Com bebê no colo, família de venezuelanos peregrina no trânsito em Campo Grande
De país em país, destino final foi o Brasil, mas com um presente surpresa na Bolívia
Com a luz do dia indo embora, é momento de tentar ganhar a vida. Até soa estranho ler isso, mas é o que passa uma família de venezuelanos. Em Campo Grande há dois meses, mãe, marido e filhos vivem do que conseguem nos semáforos em ruas e avenidas. A idade dos pequenos é de 1 ano, 5 e 10 anos.
Se arriscando entre os carros, nas rotatórias da Rua Joaquim Murtinho, Ceará e Avenida Eduardo Elias Zahran, o que conseguem é pouco mas dar para manter a vida. Dentro de 8 meses, Brasil por enquanto está sendo o destino final para Skarlet Guerrero, de 28 anos.
No ‘portunhol’ mais para espanhol, ela afirma: Saímos da Venezuela, passamos pela Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e, agora, Brasil.
A justificativa para tanta peregrinação em todos esses países é a situação em que viviam no país de origem. Segundo Skarlet, lá o valor do salário era de 2 dólares. E não, você não leu errado.
“Viemos embora por conta da situação da crise, da necessidade”, afirmou em meio a um olhar de que realmente precisam daquilo que ganham hoje.
“Sem foto”, argumentou Skarlet em vários momentos.
Depois de tantos pedidos, esclareceu que em outros países pessoas já tiraram fotos da família e muita gente os hostilizaram, falando que deveriam procurar um trabalho. Em outro momento, Skarlet diz que não quer que o restante da família, que ainda vive na Venezuela, visse o que passam por aqui.
A busca de emprego no Brasil é difícil para quem não tem documento. Para isso, a família terá de desembolsar U$ 300 para que os papéis venham para de lá para cá. Na conversão direta com a cotação do dia de hoje (1º), dá pra entender o tamanho da dificuldade, fora a burocracia. O gasto será de R$ 1.563,00.
Em toda essa caminhada por nações da América do Sul, um presente no meio do caminho. A filha mais nova do casal, uma bebê de 1 ano, nasceu na Bolívia e chegou de surpresa. Skarlet afirma que não sabia que estava grávida.
A caçula passa entre os braços da mãe e do pai, enquanto os dois se dividem em explicar aos motoristas porque precisam de ajuda. Há um mês, a família ganhou um reforço. Tio e sobrinho chegaram e também buscam por sustento nos cruzamentos.
Os sete integrantes estão vivendo em um Hotel, na Rua Dom Aquino, onde custo da estadia é de R$ 240 reais para dois quartos, fora o gasto com alimentação.
De lá partem para os semáforos, seja de ônibus, carona ou a pé. Esse último muito usado por eles. Skarlet diz que vão conversando e quando percebem, já chegaram.
Sobre o valor para trazer os documentos da Venezuela para o Brasil, a família ainda não conseguiu juntar nada, por conta dos gastos diários. Enquanto busca por um sustento fixo, continuam a saga de mostrar a placa no sinal vermelho e circular entres os carros na busca de ajuda.
Para ajudar a família, ente em contato com a Skarlet pelo telefone: (67) 98143-2997