Com máscaras, álcool gel e luvas, famílias movimentam aeroporto de Campo Grande
Nesta manhã de quinta-feira (31), véspera de feriado, o Aeroporto Internacional estava movimentado, mas não cheio como de costume

Nesta manhã de quinta-feira (31), véspera de feriado de Ano Novo, o Aeroporto Internacional de Campo Grande estava movimentado, mas não cheio como de costume. Mesmo com os casos de covid-19 aumentando dia a dia, famílias se arriscaram para ir visitar os parentes que moram em outra cidade.
Com máscaras, álcool gel e luvas para evitar o contágio, a bancária Marinês Terezinha Schneider, 52 anos, embarcava com os filhos: Sarah, de 10 anos, e Arthur, de 14 anos, rumo a Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para matar a saudade da família. “Estamos levando várias máscaras e pares de luvas para trocarmos durante a viagem. “A gente deve chegar lá por volta das 19h. Estamos carregando álcool gel e vamos passar nas poltronas do avião também".
Ansiosa, Sarah não via a hora de chegar para brincar com os primos. “Estou com muita saudade de todo mundo”, disse. Como ia fazer conexão em Guarulhos (SP), a família carregava vários equipamentos de segurança na mochila para ir trocando durante a viagem. “Só na minha mochila tem 12 máscaras”, disse Arthur.
Compartilha da mesma opinião, a servidora pública Marly Takahachi, 58 anos. Mesmo tensa em razão da viagem, ela se preparava para ir com o marido para a praia, em Porto Seguro, na Bahia. “Estou preocupada, principalmente com a conexão em Congonhas (SP). Lá, passa muita gente o tempo todo”, contou.
Mesmo usando máscara, o casal também comprou a proteção face shield (plástico transparente para todo o rosto) especificamente para viajar. "Compramos as máscaras descartáveis pela facilidade", contou. Segundo a servidora, o ano foi muito difícil para a família. Ela perdeu o pai e a mãe para a covid. Os dois na mesma semana. “Foi no mês de setembro. Meu pai faleceu dia 4 e minha mãe, seis dias depois, no dia 10. Eles tinham 87 anos. Preciso respirar. Por isso vamos nos arriscar indo para praia, para aliviar a cabeça desse ano difícil".
Para fugir da aglomeração, Marly disse que só vai se arriscar indo para o passeio quando a praia estiver tranquila. “Deixamos para viajar hoje porque achei que estaria mais vazio o aeroporto. E está mesmo”. O casal só retorna dia 7, também para evitar a movimentação nos aeroportos.
De Miranda, a dona de casa Mara Santana, 58 anos, foi levada pelo marido até o aeroporto. Ela está indo para Vitória, no Espírito Santo, visitar os dois filhos. Um deles mora em Londres e faz quase 3 anos que a mãe não o vê. "Estou confiando em Deus, que vai nos guardar. Mas também faço a minha parte. Estou indo de luva, máscara e face shield. Temos que ter prudência”, reforçou. No grupo de risco, o marido dela, de 64 anos, achou melhor não ir.
Com flores, faixas e acompanhada até pelo cachorrinho da família, a empresária Aline Zacarini, 40 anos, foi ao aeroporto apenas para receber a sogra, a cunhada e a afilhada que vieram de mala e cunha morar na Capital sul-mato-grossense. “Faz 4 anos que estamos tentando trazer elas para morarem aqui e, agora, deu certo. Vai ser ano ano novo e vida nova para todos nós. Chegaram hoje por providência divina, a tempo de celebrar a virada do ano com a gente”, comemorou.
