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Capital

Com ônibus a R$ 3,95, passageiros criticam qualidade do serviço

Utilizar ônibus coletivo em Campo Grande ficou R$0,25 mais caro. Além do preço “pesar” no orçamento, troco raramente volta para o usuário do transporte público

Izabela Sanchez e Bruna Kaspary | 03/12/2018 09:44
Passageiros no "pontão" da Afonso Pena na manhã desta segunda-feira (Bruna Kaspary)
Passageiros no "pontão" da Afonso Pena na manhã desta segunda-feira (Bruna Kaspary)

Utilizar o transporte público em Campo Grande, ficou, a partir desta segunda-feira (3), R$0,25 mais caro. Reajustado, o preço subiu de R$3,70 para R$3,95. Nas ruas o aumento não agrada. Usuários desse tipo de transporte, trabalhadores afirmam que o valor vai “pesar” no orçamento. A qualidade, declaram, não acompanha o aumento do passe.

É o que explica a cuidadora Camila Barcelo Guimarães, 23 anos. Para ela, os ônibus são velhos, em pouca quantidade e aos finais de semana, afirma, demoram a passar. “Está muito cara e pesa bastante. Agora, quase R$ 4 reais, vai pesar bastante, principalmente com o transporte do jeito que está, com tanto ônibus velho. Além dos ônibus velhos, eles cortam muitos ônibus, principalmente no final de semana. Demoram muito para chegar e está sempre lotado”, diz.

“Eu acho que porque não tem aula, pensam que não precisa mais de ônibus. Durmo no serviço algumas vezes e gasto R$ 100 por mês, mas se não fosse por isso gastaria bem mais. É um dinheiro que eu poderia gastar com outra coisa. Se melhorasse a qualidade, muita gente não se importaria em pagar, eu mesma não veria problema”, comenta.

Para a cuidadora, outro problema é o troco: “raramente esses cinco centavos voltam”, relata. “Quando eu vou recarregar meu cartão vou sempre com dinheiro contadinho, sem nada mais porque sei que não vão me entregar. Já vi não deixarem pegar ônibus, por causa desses cinco centavos, mas se não tem não fazem a mínima questão para arrumar”, afirma ela.

Usuários do transporte público aguardam chegada dos ônibus no "pontão" da Afonso Pena (Bruna Kaspary)
Usuários do transporte público aguardam chegada dos ônibus no "pontão" da Afonso Pena (Bruna Kaspary)

Desemprego – O uso do transporte público também é rotina para quem sai em busca de emprego. É a rotina de Carlos Maciel, 32, desempregado. Para ele, R$3,00 seriam “mais do que justo” para o valor da tarifa. Ele também critica a qualidade dos veículos e afirma que os terminais “estão péssimos”.

“Para se elegerem, falaram que diminuiria o valor da passagem, mas até agora só aumentaram. Não fiz as contas ainda para saber quanto vai impactar, mas gasto pelo menos R$ 70 por mês, porque pego carona com a minha prima”, conta.

Para ele o troco não faz diferença e declara que com o tempo, o crédito de sobra é revertido em uma passagem no cartão. “Eles sempre vão colocando esse troco no cartão, até que um dia vira uma passagem. Isso aconteceu uma vez comigo. A vida toda colocando crédito parta ter uma passagem extra uma vez”, relata.

Já a vendedora Itamar Xavier, 49, conta que o transporte não “cumpre as necessidades”. “A passagem já era bem cara e ônibus estão bastante precários. A gente já paga caro e ainda não cumpre com as nossas necessidades. Já teve vezes do ônibus simplesmente quebrar quando eu estava indo para casa”, explica.

“Calculo que serão ao menos R$ 15 reais a mais por mês. Pelo menos meus filhos e marido trabalham perto de casa, então não tem esse gasto. Já gasto mais de R$ 100 com transporte”, conclui.

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