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Capital

Com ordem judicial, Prefeitura abre nova quadra na Marquês de Pombal

Paula Maciulevicius | 15/02/2012 03:29

Trecho onde rua está sendo aberta não é o único obstruído da avenida. Quadras acima, uma imobiliária já foi notificada

O antes: Há duas semanas o **Campo Grande News** esteve na região e o trabalho era esse. Muro e portão arrancados e aterro começando a ser colocado. (Foto: Marlon Ganassin)
O antes: Há duas semanas o **Campo Grande News** esteve na região e o trabalho era esse. Muro e portão arrancados e aterro começando a ser colocado. (Foto: Marlon Ganassin)

Com ordem judicial de reintegração de posse e demolição, a Prefeitura de Campo Grande está abrindo uma nova quadra na avenida Marquês de Pombal, no bairro Tiradentes, em Campo Grande. Para quem passava por ali, o novo pedaço surge ainda timidamente, ao fundo da subestação de energia, entre as ruas Ibirapuera e Almeida Cardoso.

A avenida é para lá de “costurada”. Começa num ponto, é interrompida por comércios e depois volta a ser avenida de novo. No trecho onde se desenha a continuação da via há uma espécie de chácara a mais de 30 anos, fechada até três semanas atrás, por um muro e portão. O fato foi observado pela Semadur (Secretária Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) em 2008, quando o ocupante do terreno foi notificado pela primeira vez, para que desobstruísse a avenida.

Segundo levantamento da prefeitura, o terreno onde a chácara foi construída é área pública. O muro e o portão interrompiam o trecho entre as quadras quatro e oito da via, no bairro Almeida Lima.

Há duas semanas o Campo Grande News esteve no local por duas vezes. Na primeira viu a movimentação de maquinários da prefeitura, um trabalho que estava só começando. Indagados sobre o que seria feito na região, os funcionários disseram que não estavam autorizados a falar.

No dia seguinte, a equipe passou lá novamente, dessa vez não havia ninguém trabalhando, apenas o serviço já começado. Portão e muro derrubados, plantação tirada e terra preparada, só esperando pelo asfalto que deve chegar em breve.

O depois: Hoje a cena é outra. O trecho já começa a ter características de rua e o cascalho foi colocado na área de aproximadamente 100m. (Foto: Marlon Ganassin)
O depois: Hoje a cena é outra. O trecho já começa a ter características de rua e o cascalho foi colocado na área de aproximadamente 100m. (Foto: Marlon Ganassin)

Segundo o filho do proprietário da chácara, Altagno Arar, 28 anos, a prefeitura entrou em contato com a família ainda no ano passado. O proprietário disse que só mexeriam ali com ordem judicial e que a área já era dele havia 32 anos. Porém, no processo consta que só em 2010, há dois anos, a prefeitura notificou o ocupante por duas vezes.

Na segunda-feira da semana retrasada. Segundo Altagno, os trabalhadores chegaram acompanhados de um oficial de justiça, que com um mandado de reintegração, chegou com todo suporte para dar início às obras.

“Diz que vão abrir, passar rua no fundo, interligar à Ibirapuera, como continuação da Zahran”, explica. “Mas eu não sei, porque não pode ser habitada, só 15m após a fiação, como é aqui. Estou só esperando eles terminarem para murar de novo”, insiste.

A questão é que aparentemente apenas uma quadra será construída ali. Como o fundo é a subestação de energia, a vizinhança não sabe se será uma rua sem saída, ou de acesso pedido pela própria Enersul.

Seo Sebastião tem o ponto do frete ali em frente. De perto acompanha o “nascer” da rua. (Foto: Marlon Ganassin)
Seo Sebastião tem o ponto do frete ali em frente. De perto acompanha o “nascer” da rua. (Foto: Marlon Ganassin)

“Os carros que vem da rua de trás, a Itajaí, acho que vão passar aqui e não na avenida. Acho que é isso que eles vão fazer. É coisa de semana, eles tiraram o muro, jogaram aterro. Pelo jeito que está, vai asfaltar mesmo”, fala o motorista Sebastião Cabral, 66 anos, que tem o ponto de frete em frente à chácara.

Pendências - A obstrução da avenida já se arrasta há algum tempo e não se resume apenas ao trecho onde mora a família de Altagno. De acordo com levantamento da prefeitura, os lotes 9, 10 e 11, que correspondem à quadras acima também interditam parte da avenida. Em dezembro o Campo Grande News percorreu a Marquês de Pombal e se deparou com um bloqueio, feito por construções comerciais e residenciais. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, uma imobiliária que bloqueia parte da via já foi notificada para deixar a área, pela mesma ação, de reintegração de posse e demolição.

Do jeito que está hoje, a avenida parece que começa na rua Marquês de Lavradio, mas com um olhar um pouco mais atento, se percebe que a Marquês de Pombal termina três quarteirões abaixo da de Lavradio.

Em dezembro, logo depois que as duas quadras da Marquês de Pombal, acima da rua Almeida Cardoso, foram asfaltadas, o vice-prefeito Edil Albuquerque esteve no bairro e disse a equipe e aos próprios moradores que em 15 dias a avenida estaria aberta.

Na ação movida pela prefeitura contra a família de Altagno, consta que eles são posseiros dos lotes de propriedade da empresa de Energia de Mato Grosso do Sul e que não houve nenhuma autorização permitindo que o réu ocupasse a área, muito menos fizesse o bloqueio da rua. Segundo o magistrado no processo, "a ocupação evidentemente é irregular, ilegal e clandestina.

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