Ônibus vão às ruas com 100% da frota após 4 dias de greve dos motoristas
Paralisação dos trabalhadores começou na segunda e terminou na quinta-feira
Nesta sexta-feira em Campo Grande, a totalidade da frota de ônibus do Consórcio Guaicurus retorna à circulação após quatro dias de greve dos motoristas e trabalhadores do transporte coletivo.
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O STTCU (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande) informou nesta manhã ao Campo Grande News que todos os veículos estão operando normalmente nesta manhã, restabelecendo o serviço essencial à população que depende do transporte público.
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Para quem mora longe do trabalho, a volta dos ônibus significou um alívio. A auxiliar de serviços gerais Marinez Barbosa, de 52 anos, moradora do Coophavila II, conta que a rotina virou um quebra-cabeça durante a paralisação. Ela trabalha três vezes por semana e, em dias normais, pega três ônibus: sai do Los Angeles, desce no Terminal Guaicurus, depois usa a linha 75 e, por fim, a 115.
Sem coletivo, o patrão precisou pagar corrida de aplicativo para garantir a presença dela no serviço. “Pra mim foi um alívio essa volta dos ônibus, todo mundo precisa ganhar, né”, resume, sem romantizar a greve, mas também sem ignorar o impacto direto no bolso e na rotina.
A secretária Creunice Borges Queiroz, de 59 anos, moradora do Los Angeles, descreve os dias sem ônibus como um retrato de abandono. Para ir ao trabalho, normalmente usa dois coletivos e, na volta, quatro. Durante a greve, também contou com corrida de aplicativo pago pela patroa, mas diz que a situação foi desgastante.
“Foi meio difícil, a gente que trabalha depende do ônibus, não só eu, mas muitas pessoas”, afirma. A imagem que mais marcou foi a dos terminais vazios. “Foi horrível. Você passava pelo terminal e tava aquele silêncio, parecia que tava abandonado.” Com a retomada total da frota, o sentimento é de cautela. “Senti um alívio porque aí a gente retorna à rotina. Espero que não venha outra greve, porque afeta a população toda.”
A paralisação começou na segunda-feira e durou quatro dias, deixando a população sem ônibus circulando e forçando usuários a recorrer a caronas, táxis e corridas por aplicativo, ou longas caminhadas para chegar ao trabalho. A greve foi motivada por atraso no pagamento de salários e do 13º.
O acordo que levou ao fim da greve foi selado ainda na quinta-feira após negociações entre a Prefeitura de Campo Grande, a Câmara Municipal e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul. O principal ponto do acordo foi a garantia de pagamento imediato de parte dos salários atrasados e do 13º, viabilizada por uma antecipação de recursos estaduais. Esse pagamento permitiu que o sindicato autorizasse a retomada imediata das atividades dos trabalhadores.
O Ministério Público do Trabalho pediu a extinção da multa de R$ 520 mil aplicada ao sindicato durante a greve e o abono das faltas registradas entre os dias 15 e 18 de dezembro. O pedido de abono já consta no acordo homologado. A exclusão da multa ainda será analisada pelo desembargador César Palumbo Fernandes.




