Comerciantes dizem que medo fez até vendas caírem após ataque de estuprador
O maníaco foi preso em flagrante no bairro vizinho, depois de força-tarefa montada pela polícia

O clima no bairro onde pelo menos três mulheres foram vítimas de ataques de um estuprador é de medo. “Essa noite eu não consegui dormir direito, assustada. Até o movimento diminuiu muito depois que o caso aconteceu”. O desabafo é da comerciante Cleonice Prudencio da Silva, de 42 anos, dona da mercearia que fica ao lado da casa de uma das vítimas do maníaco.
Em cerca de meia hora, André Luiz do Nascimento Santos, 36 anos, atacou 3 mulheres, duas escaparam do estupro porque foram abordadas na rua, uma após a outra. Os relatos indicam que ele não ia parar até consumar o estupro. Ele foi preso em flagrante no bairro vizinho, no Jardim Anache, depois de uma força-tarefa montada pela polícia. André foi autuado em flagrante pelos ataques, por roubo e estupro de outra vítima, de 54 anos.
“Eu ainda estou com medo, mesmo morando com meu marido e meus 4 filhos, um de 18 anos. Ontem, fechamos a mercearia mais cedo. Hoje, quase não veio cliente aqui. Eu vi a foto dele [do estuprador] e não lembro de ter visto ele por aqui. Ficamos aliviados ao saber que ele foi preso, espero que continue assim”, disse.
O motoboy Lenon Alves, 31 anos, mora há mais de 15 anos na região e nunca havia presenciado algo assim no bairro. “Minha esposa ficou com medo. Ela trabalha na esquina ali da rua onde aconteceu. Como o cara está preso, a gente fica mais tranquilo. Se ele for solto, vou ter que ir buscar a minha esposa no serviço. Não ia deixar ela voltar a pé sozinha. Pessoal do bairro está muito revoltado nas redes sociais”, contou.
Na quadra da obra onde André Luiz foi preso, o pedreiro de 40 anos, que pediu para não ser identificado, mora na região há mais de 30 anos e já havia visto o estuprador na redondeza, mas não o conhecia.
“A mulherada aqui andava sozinha na rua à noite, ontem mesmo já estava tudo vazio, você não via ninguém andando sozinho na rua. Minha esposa não quer mais sair de casa, mesmo com ele preso, porque aqui na região não tem segurança. Tomara que a Justiça faça a coisa certa e que ele continue preso”, reforçou. Segundo ele depois que o posto da Polícia Militar foi desativado no Bairro Nova Lima, a criminalidade aumentou.
O servidor público Gilvane Bezerra Assioli, 47 anos, disse que já havia avistado o suspeito, pelo menos umas três vezes, em uma obra abandonada na redondeza. “Minha esposa, de 57 anos, tem muito medo. Ela já sofreu 2 tentativas de assalto na esquina de casa. Falta muito segurança aqui. Nessa obra tem muitos usuários de droga, gente que se esconde”.
A pensionista Luíza Maria da Conceição, 59 anos, fazia tempo que não via caso de estupro no bairro. Alguns anos atrás, um cara tentou arrastar uma menina para uma obra abandonada, mas a vítima conseguiu escapar.

“Eu saio sempre de casa sozinha, de bicicleta. Com ele [estuprador] preso eu não tenho medo. Já vi ele na rua várias vezes, sempre andava com faca, mas nunca havia mexido com ninguém. Ficamos assustados, nunca imaginei que ele faria uma coisa dessas”, contou.
“Tomara que ele fique muitos anos na cadeia. Se ele for solto, não vou mudar minha rotina não, Deus cuida de mim”. A moradora também reclamou de uma obra abandonada na região que serve de abrigo para marginais.
Internada - A mulher de 54 anos, vítima de estupro na noite de quarta-feira (23), passou por cirurgia nesta manhã na Santa Casa de Campo Grande. A paciente deu entrada ontem, às 16h26, depois de primeiro atendimento em unidade de saúde do Coronel Antonino. Além da violência sexual, ela foi espancada. Ela teve trauma de face, ferimentos no pescoço por enforcamento, contusão da mama e exames indicaram fratura na mão esquerda.