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Capital

Comerciantes temem falência com mais restrição de acessos

Flávia Lima | 29/07/2015 13:57
Rua que passa em frente a comércios que margeiam a BR-163, no Jardim Columbia, não tem infraestrutura para suportar tráfego pesado de veículos. (Foto:Marcos Ermínio)
Rua que passa em frente a comércios que margeiam a BR-163, no Jardim Columbia, não tem infraestrutura para suportar tráfego pesado de veículos. (Foto:Marcos Ermínio)
Elaine Cristina e Rodrigo, donos de um hotel em frente à rodovia organizaram abaixo- assinado pedindo mais acessos. (Foto:Marcos Ermínio)
Elaine Cristina e Rodrigo, donos de um hotel em frente à rodovia organizaram abaixo- assinado pedindo mais acessos. (Foto:Marcos Ermínio)

Depois dos moradores do Conjunto Residencial Leon Denizart Corte, na região do Jardim Noroeste, reclamarem da colocação de guardrails (proteção metálica) na BR-163, restringindo o acesso ao bairro, agora é a vez dos comerciantes do Jardim Columbia, região próxima a rotatória na saída para Cuiabá, protestarem.

Segundo eles, técnicos da concessionária CCR MSVia, responsável pelas obras de duplicação da BR-163, estiveram no local esta semana e informaram que os guardrails podem ser instalados a qualquer momento.

As barreiras de proteção estão sendo instaladas ao longo dos 30 quilômetros do anel rodoviário, extensão da BR-163, que será duplicada nos próximos três anos. A medida visa reduzir o número de acidentes na pista.

No entanto, receosos com a diminuição dos acessos aos estabelecimentos, o que pode prejudicar o movimento, principalmente nos hotéis da região, um grupo de comerciantes deve se reunir, logo mais às 16 horas, com representantes da Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano), para discutir a questão.

Os comerciantes afirmam que serão fechados cinco acessos ao bairro, prejudicando diretamente pelo menos 11 comerciantes. Conforme planejamento da empresa, apenas dois pontos serão mantidos. Um, próximo ao posto Arara Azul, distante cerca de 1 quilômetro do trecho onde há vários hotéis e empresas e outro na rotatória, distante 400 metros.

Apesar da proximidade do segundo acesso, o casal Rodrigo Bringhanti e Elaine Cristina D’avila Bringhenti, que há 15 anos tem um hotel na Rua Jarauçú, acredita que a obrigatoriedade de ir até a rotatória para retornar ao hotel ou a qualquer outro estabelecimento, vai criar confusão nos motoristas que não conhecem a cidade.

A empresária Elaine Cristina e o marido teme uma queda de 100% no movimento de hóspedes. "Vai ser a guilhotina para nós", enfatiza Rodrigo, que organizou um abaixo-assinado entre os comerciantes da rua, para agilizar uma solução.

Outro fator que preocupa o casal é que o hotel, assim como outros comércios, estão localizados em um quadrilátero de vias sem asfalto, com muitos buracos, mato e lixo. “Quem vai se atrever a entrar em uma rua dessas à noite, mal iluminada, sem conhecer a cidade?”, questiona Elaine. Além disso, com o tráfego desviado para o local, os comerciantes acreditam que a situação das vias do bairro, que já precária, vai ficar pior.

“O aumento do fluxo de veículos também vai colocar em risco o trânsito de crianças no bairro, que vivem soltando pipa nas redondezas”, diz Elaine. O aumento no trânsito também preocupa o comerciante Agostinho da Cunha Araújo, dono de uma empresa de locação de máquinas pesadas. “Como a nossa rua está em péssimo estado, os veículos pesados vão deteriorar mais”, ressalta.

Os comerciantes reconhecem a necessidade das obras na BR-163, mas observam que antes de executá-las, deveria haver um estudo que viabilizasse mais pontos de acesso ao bairro, sem deixar o comércio isolado. Com a implantação dos guard rails, o motorista que deseja ir a algum estabelecimento comercial na Rua Jarauçú e optar pelo acesso ao lado do posto Arara Azul, mas não quiser trafegar pela rua devido aos buracos, terá que entrar pela lateral do posto e percorrer cerca de quatro quadras até a via principal do bairro, uma das poucas asfaltadas. Depois será necessário entrar na Rua Nhamudá, que sai na lateral do hotel.

A empresária Elaine Cristina afirma que representantes da prefeitura garantiram, antes do início das obras, que o comércio que fica às margem da rodovia não seria prejudicado, por isso esperam uma solução na reunião desta quarta-feira.

Em nota, a CCR MSVia afirmou que os acessos ao bairro existentes são irregulares e que o os fechamentos estão sendo realizados pela concessionária, devido a uma obrigação contratual firmada com a União, representada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

A direção da CCR MSVia ainda ressalta que a ação no bairro não é unilateral e que a prefeitura está envolvida na discussão desses casos. Conforme a nota, os moradores tem sido direcionados para outras alternativas de acesso à rodovia em pontos mais seguros e adequados, já que o objetivo da concessionária é disciplinar o tráfego e reduzir a exposição dos usuários a acidentes na BR-163.

Chuvas – Mas não são apenas as restrições de acesso ao bairro que preocupam os comerciantes. O volume de água acumulado na Rua Jarauçú após uma chuva forte também vai deixar o trânsito impraticável, segundo eles. A concessionária CCR MSVia chegou a construir algumas valetas para conter a água da enxurrada que desce do bairro Nova Lima, mas não surtiu efeito.

Para solucionar a questão, estão sendo feitas pelo menos 20 contenções no local, porém elas foram projetadas para escoar a água da pista, evitando aquaplanagem. “Do jeito que foi projetado a enxurrada vai continuar vindo para o bairro, piorando mais nossa situação”, ressalta Rodrigo Bringhanti.

Mudanças – No início do mês, uma reunião com 20 prefeitos em Brasília fizeram que a ANTT (Agência Nacional de Transporte e Terrestre) confirmasse oito intervenções viárias para garantir a travessia no anel rodoviário.

Entre elas, está a construção de um mergulhão ou viaduto no acesso ao campus da Uniderp Agrárias; um mergulhão em frente ao Shopping dos Ipês (o tráfego urbano será feito por cima); viaduto para garantir acesso ao braço norte do anel que está em construção (entre as saídas de Rochedo e Cuiabá); alças de acessos ao bairro Moreninhas, na altura do Polo Empresarial Vilmar Lewandowski; à Rua Darwin Dolabani, região do Jardim Itamaracá, onde há grande concentração de oficinas às margens do macroanel; e na entrada para o Aeroporto Santa Maria.

Outras intervenções previstas serão na rotatória localizada no final do anel da saída para São Paulo, no acesso a MS-040 e no viaduto sobre a confluência com a BR-262. O prefeito Gilmar Olarte (PP) ressaltou que iria elaborar estudos sobre o fluxo atual e a demanda potencial de crescimento do tráfego, em cada trecho onde se propôs travessias.

Moradores temem o fim do acesso ao anel rodoviário na saída para Cuiabá (Foto: Marcos Ermínio)
Moradores temem o fim do acesso ao anel rodoviário na saída para Cuiabá (Foto: Marcos Ermínio)
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