Comércio fecha em luto por assassinato de gerente de mercado em Campo Grande

Gerente foi morto durante assalto no mercado em que trabalhava

Em luto pela morte do gerente Carlos Expedito Ferreira Boccia, 41 anos, comerciantes da rua da Pátria, no bairro Taveirópolis, em Campo Grande, não abriram seus estabelecimentos nesta quarta-feira.

O gerente foi morto com um tiro no peito durante um assalto ocorrido na noite de ontem, no Mercado Souza, onde trabalhava. Ele ainda foi socorrido por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) até a Santa Casa, mas não resistiu ao ferimento e morreu. O tiro acertou o coração dele.

A morte do gerente comoveu os moradores do bairro. Carlos trabalhava desde os 14 anos no mercado e era muito conhecido na região. “Meu irmão começou como faxineiro, foi açougueiro e cresceu no mercado”, disse a irmã da vítima, Ana Claudia Boccia, de 39 anos.

Segundo ela, o mercado já foi assaltado várias vezes, mas mesmo assim seu irmão nunca pensou em sair do emprego.

O aposentado Liversídio Gonçalves da Silva, 65 anos, mora há 40 anos no bairro e ficou indignado ao saber do crime. De acordo ele, Carlos era um homem trabalhador e não merecia morrer desta forma. “Ele foi criado aqui no bairro. Vi ele crescer”, disse.

Conforme o aposentado, os assaltos que são registrados no Taveirópolis são praticados por ladrões que vêm de outros bairros. Ele defende uma atitude enérgica contra a criminalidade. “Se roubar nós temos que matar. Nós temos que criar uma milícia contra os bandidos”, afirmou.

Gisele dos Nascimento, de 34 anos, que também mora no bairro, considerou uma barbaridade o que fizeram com o gerente. “Um rapaz muito trabalhador. Ia de casa para o trabalho, e do trabalho para a casa. Era uma pessoa muito querida. Estamos chocados com o que aconteceu”, relatou a mulher.

Carlos era casado e pai de três filhos.

Crime – O assalto aconteceu por volta das 19h20. Os dois assaltantes entraram no mercado e anunciaram o assalto. Um deles foi em direção ao caixa para pegar o dinheiro.

O policial militar estava em uma loja em frente ao mercado, ouviu pessoas dizerem que estava ocorrendo um assalto e então entrou no comércio.

O assaltante identificado pelo nome de Maycon Higor Aquino Paes, de 18 anos, viu o policial, que não estava fardado, pois estava em folga, e apontou a arma de fogo que portava. Diante da situação, o militar atirou contra o bandido.

Houve troca de tiros, Maycon acabou baleado e morreu no local. Carlos Expedito, que também foi atingido por um disparo, ainda chegou a ser socorrido.

Durante a troca de tiros, o comparsa de Maycon, um adolescente de 17 anos, conseguiu fugir do mercado, mas foi encontrado próximo ao local do crime. Ele estava ferido com dois tiros e teve que ser levado para atendimento médico no Hospital Universitário.

O garoto foi reconhecido por testemunhas e confessou a participação no roubo.