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Capital

Conselheiros do Instituto Mirim devem discutir hoje greve de professores

Flávia Lima | 23/03/2015 10:44
Direção e representantes da prefeitura tentaram acordo na sexta-feira (20), mas professores estão irredutíveis. (Foto:Arquivo Campo Grande News/Marcelo Calazans)
Direção e representantes da prefeitura tentaram acordo na sexta-feira (20), mas professores estão irredutíveis. (Foto:Arquivo Campo Grande News/Marcelo Calazans)

O grupo de conselheiros do Instituto Mirim de Campo Grande, formado por 14 pessoas, deve se reunir nesta segunda-feira (23) para discutir sobre a paralisação do corpo docente do órgão, que teve início na sexta-feira. Os professores iniciaram greve em protesto contra a permanência da diretora Mozânia Ferreira Campos, indicada pelo ex-prefeito Alcides Bernal. Na manhã de hoje, o grupo ampliou o movimento levando cadeiras e mesas para a frente do Instituto. "Vamos manter nossa decisão de ficar aqui até que a atual diretora deixe o cargo", ressalta a professora Edir Monteiro, uma das porta-vozes do grupo.

Mesmo com uma assembleia geral marcada para o próximo dia 15, que terá a finalidade de eleger um novo diretor, os professores querem a saída de Mozânia alegando que estão sofrendo assédio moral e perseguição. Os docentes também dizem que a direção teria infiltrado, sem passar por aprovação via assembleia, cerca de 100 nomes entre os associados para garantir a permanência de Mozânia à frente do órgão na próxima eleição.

O Instituto conta com quase 30 professores, que, segundo os grevistas, aderiram 100% a paralisação. Já a assessoria do órgão diz que pelo menos cinco profissionais mantém as atividades e trabalham normalmente. Para evitar que os estudantes voltem para casa ou fiquem ociosos, a direção convidou profissionais para ministrar palestras durante o horário de aula. De acordo com a assessoria, o Instituo já dispunha de um cronograma de palestras pertinentes às matérias ministradas, que seriam dadas ao longo do semestre. Com a greve, essa programação foi antecipada.

Na sexta-feira, o próprio secretário de Administração do município, Wilson do Prado, esteve na instituição para tentar um acordo, porém não houve entendimento entre as partes. "Ninguém entrou mais em contato com a gente. Estamos aqui esperando", disse Edir.

O professor Vanderley Chiquito afirma que as palestras não são suficientes para suprir o planejamento pedagógico. "As disciplinas que eles tem são fundamentais no preparo deles para ingressar no mercado de trabalho", destaca.

A direção do Instituto, através da assessoria, rebate as acusações do professores e diz que as câmeras instaladas são medidas preventivas e não tem o propósito de vigiar funcionários. Sobre a suposta inclusão de pessoas indicadas extra-assembleia, a direção ressalta que a única lista com essa quantidade de nomes que circulou no órgão era referente a presença de pessoas que participaram da última assembleia.

Responsável pela capacitação profissional de adolescentes, o Instituto Mirim sofreu mudanças no estatuto em 2009 e 2013, sendo desvinculado da prefeitura. O local se tornou uma ONG (Organização Não Governamental ) e passou a ser coordenada por um conselho deliberativo.

Os professores acusam Mozânia de articular para ter a maioria do conselho, com novas indicações e exclusão de opositores. Para o grupo, ela pode garantir a reeleição na próxima assembleia. Tradicionalmente, o Instituto Mirim era comandado pela primeira-dama da cidade.

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