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Capital

Em queda de braço para aumentar tarifa, Consórcio volta a falar de crise

Trabalhadores paralisaram as atividades nesta manhã em protesto pelo atraso no adiantamento salarial

Por Gabriel Neris e Izabela Cavalcanti | 22/10/2025 11:09
Em queda de braço para aumentar tarifa, Consórcio volta a falar de crise
Passageira encontra portão de terminal fechado (Foto: Marcos Maluf)

O Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande, reconheceu o atraso de 2 dias no pagamento do conhecido "vale", adiantamento de parte dos salários dos motoristas e justificou dizendo que enfrenta severas restrições financeiras. As 48 horas de débito foram suficientes para provocar a paralisação de todo o transporte coletivo por 1h30 nesta quarta-feira, deixando

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O Consórcio Guaicurus, responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande, admitiu enfrentar crise financeira e atrasos no pagamento do adiantamento salarial dos motoristas. A situação provocou uma paralisação na manhã desta quarta-feira, com os ônibus saindo das garagens apenas às 6h, cerca de 1h30 após o horário habitual. A empresa alega desequilíbrio estrutural agravado pela defasagem tarifária, atualmente em R$ 4,95, e esgotamento das linhas de crédito. Uma reunião foi realizada entre a direção do consórcio e representantes da prefeitura para buscar soluções. O sindicato dos trabalhadores ameaça nova paralisação caso os pagamentos não sejam normalizados.

Uma série de reuniões ocorreu na manhã de hoje, mas ninguém parou para falar com a imprensa. O presidente do Consórcio, Themis de Oliveira, saiu da conversa no Paço Municipal dizendo apenas que "as negociações continuam".

Restou o comunicado do grupo, com argumentos para o atraso de dois dias no repasse do vale salarial. Segundo o Consórcio, o problema não se limita aos R$ 9,08 milhões que ainda estão em negociação com o poder público, mas reflete um “desequilíbrio estrutural” agravado pela defasagem tarifária e pelo esgotamento das linhas de crédito.

“O Consórcio lamenta profundamente o transtorno causado e assegura que está empenhado em resolver a situação no menor tempo possível”, destacou a nota. O valor da tarifa atualmente é de R$ 4,95.

Como protesto, os motoristas deixaram as garagens somente às 6h, cerca de 1h30 depois do horário habitual, provocando transtorno para os passageiros que precisam madrugar para ir ao trabalho.

A Prefeitura de Campo Grande informou que o sistema foi normalizado antes das 7h, voltando a operar regularmente. Em nota, disse que mantém diálogo com o consórcio “para apurar as causas da interrupção e adotar medidas que evitem novos episódios”.

Uma reunião por mais de duas horas foi realizada ainda na manhã desta quarta-feira entre Themis de Oliveira, diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, e representantes da Prefeitura de Campo Grande. Themis deixou o prédio da prefeitura sem detalhar o desfecho do encontro e afirmou que “as negociações estão em andamento”. A prefeitura informou que se manifestará somente através de nota.

O STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano), por sua vez, responsabilizou o atraso no pagamento dos motoristas pelo movimento. Segundo o presidente da entidade, Demétrio Freitas, o vale salarial, previsto para o dia 20, não havia sido pago até a manhã desta quarta-feira. “O consórcio respondeu que não há previsão de pagamento. Caso o dinheiro não saia, segunda-feira vamos parar”, afirmou o sindicalista ao Campo Grande News.

Enquanto o impasse persiste nos bastidores, o reflexo da greve-relâmpago foi sentido nas ruas. Diversos trabalhadores chegaram atrasados, e empresas precisaram custear corridas de aplicativo para evitar maiores prejuízos.