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Capital

Paralisação do transporte coletivo afeta comércio e causa atrasos

Trabalhadores precisaram improvisar para tentar chegar no horário

Por Gabriel Neris, Dayene Paz e Raíssa Rojas | 22/10/2025 07:21
Paralisação do transporte coletivo afeta comércio e causa atrasos
Kellen atende cliente em padaria da Capital (Foto: Dayene Paz)

A manhã desta quarta-feira (22) começou com transtornos para trabalhadores e empresários em Campo Grande devido à paralisação dos motoristas do transporte coletivo. A falta de aviso prévio pegou muitos de surpresa e provocou atrasos em diversos setores, especialmente entre os que iniciam o expediente nas primeiras horas do dia.

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A paralisação dos motoristas do transporte coletivo em Campo Grande causou transtornos significativos para trabalhadores e empresários na manhã desta quarta-feira (22). A falta de aviso prévio afetou diversos setores, especialmente estabelecimentos que iniciam suas atividades nas primeiras horas do dia. Empresas precisaram arcar com custos extras de transporte por aplicativo para seus funcionários, com valores chegando a R$ 78 por corrida. Na padaria Mais que Pão, no bairro São Bento, cerca de dez funcionários foram afetados, enquanto no restaurante Saborelli, aproximadamente 20 colaboradores enfrentaram dificuldades para chegar ao trabalho.

Na padaria Mais que Pão, no São Bento, o ônibus não passou nos horários habituais e os funcionários precisaram improvisar para chegar ao trabalho. Segundo a funcionária Marielen dos Santos, que atua no caixa, a notícia da paralisação circulou antes mesmo do amanhecer.

“Fiquei sabendo desde cedo. Cuido o ponto do lado de casa, e quando vi que o ônibus não passou, já avisei meu marido, ele é gerente, e fomos de moto. Ele começou a intermediar um Uber para o pessoal”, contou.

Paralisação do transporte coletivo afeta comércio e causa atrasos
Atraso dos ônibus afetou cerca de 10 funcionários de padaria do São Bento (Foto: Dayene Paz)

O gerente, Antônio César, confirmou que o problema afetou cerca de dez funcionários. “Ligaram cedo pra mim dizendo que não tinha ônibus. O pessoal não avisou da greve e a gente não estava preparado. A empresa acabou pagando moto e Uber para quem precisava”, explicou. Apesar dos contratempos, ele afirma que a produção não foi comprometida. “Estão chegando ainda, mas pelo menos não impactou na linha de produção, que começa às 4h.”

A subgerente Kellen Gonçalves, da padaria Pão e Tal, também teve dificuldade para conseguir transporte. “Uma funcionária me avisou que o ônibus não passava desde as 4h30. Pedi para ela chamar um Uber, mas o preço estava alto, R$ 56 do Aero Rancho até a padaria. O meu deu R$ 78 do Noroeste pra cá. Ficamos esperando baixar um pouco, mas conseguimos chegar a tempo. Sorte que pela manhã somos só nós duas.”

A encarregada da padaria do Comper Mascarenhas, Vânia Rodrigues, contou que a loja abre às 7h, com a chegada de cerca de 15 funcionários. Mas a maioria é dependente do transporte coletivo e que acabou se atrasando por causa da paralisação. “Eu entro mais cedo com a padeira, às cinco, e venho de carro. Como já estava na loja e soube da greve, começamos a pedir Uber, mas foi um processo difícil: as corridas estavam caras e mesmo assim demoravam para aceitar”, relatou.

Segundo Vânia, a empresa decidiu custear o transporte dos funcionários. “Enquanto isso aqui foi correria e desespero, uma pessoa ajudando em dois setores, até no caixa, mas graças a Deus o pão conseguiu sair na hora”, contou.

A funcionária Sonia Souza, que trabalha na loja de vestuário anexa ao mercado, também enfrentou dificuldades para chegar ao trabalho. “A loja abre na mesma hora que o mercado. Quando fiquei sabendo da greve, já comecei a pedir Uber, mas demorei cerca de uma hora para conseguir um mais em conta”, contou. Mesmo morando perto, ela desembolsou R$ 48 pela corrida. “Tive sorte de chegar antes do horário de abertura, porque imaginei que os ônibus estariam todos lotados”, completou.

Paralisação do transporte coletivo afeta comércio e causa atrasos
Movimento de clientes em supermercado (Foto: Dayene Paz)

Atrasos em série - Enquanto alguns conseguiram alternativas, outros não tiveram a mesma sorte. Rosilda Barbosa, 41 anos, auxiliar de dentista, saiu de casa no horário habitual, mas acabou presa no meio do caos. “Acordei cedo pra trabalhar, mas meu marido me mandou mensagem dizendo que estava tudo parado. Pego dois ônibus pra ir pro serviço, hoje vou me atrasar”, lamentou.

O vendedor Adenir José da Silva, 60, reclamou da falta de comunicação por parte das empresas de transporte. “Cheguei aqui, mas meu ônibus ainda não tinha passado. No domingo é pior ainda, fica um caos pra voltar pra casa. Eles não têm respeito com os trabalhadores. A empresa não divulga nada, a gente fica que nem barata tonta dentro do terminal”, desabafou.

Adenir depende de várias linhas — 316, 313 e 312 até o centro, e depois 54, 51 ou 89 no terminal — e disse que chegou ao trabalho com mais de uma hora de atraso.

Em frente ao restaurante Saborelli, na rua Marquês de Lavradio, cinco funcionários esperavam a colega que tem a chave do estabelecimento. “Já liberou os ônibus e ela já está vindo”, contou a auxiliar de cozinha Adriana Fernandes, 30 anos. Segundo ela, o local tem cerca de 20 funcionários, “a maioria depende de ônibus e fomos pegos de surpresa”. Moradora do Guanandi, Adriana relatou que estava no ponto quando foi avisada da greve. “A chefe mandou dinheiro para pagar o Uber”, disse.