Contador que furtava dinheiro de fiéis paga R$ 1 mil de fiança e deixa cadeia
Crime não foi cometido mediante violência ou grave ameaça, entendeu juiz que determinou a soltura
Contador de 60 anos pagou R$ 1,1 mil (o equivalente a um salário mínimo) e deixou a prisão menos de 24 horas depois de ser preso em flagrante por furtar envelopes com dinheiro da oferta feita por fiéis à Igreja Comunidade Cristã Aliançados, no Bairro Bandeirantes, em Campo Grande. O juiz Albino Coimbra Neto, que analisou as condições da prisão, entendeu não ser necessário manter o homem na cadeia, pois o crime não foi cometido mediante violência ou grave ameaça.
O magistrado justificou ainda que a conversão de flagrantes em prisão preventiva (por tempo indeterminado) deve ser medida de caráter excepcional, para evitar a lotação de unidade carcerária sem necessidade. O contador está proibido de se ausentar de Campo Grande por mais de oito dias sem autorização judicial.
Preso no fim da manhã dessa terça-feira (6), o contador confessou que surrupiava dinheiro da igreja há pelo menos dois meses. Disse que teria embolsado de R$ 18 mil a R$ 20 mil durante o período.
Denúncia foi feita à 6ª Delegacia de Polícia Civil por um advogado da instituição, que também já havia acionado a PM (Polícia Militar). Ele fala que há uns meses, a diretoria da igreja vinha notando a diferença entre os valores lançados em relatórios de contabilidade e o realmente era arrecadado durante os cultos.
Ontem, contudo, uma funcionária viu quando o contador retirou alguns envelopes que estavam sendo conferidos e os escondeu. Ela o questionou, o homem ficou nervoso, dizendo que a colega estava fazendo acusações. O advogado foi chamado e as câmeras de segurança foram checadas e as imagens confirmaram que o funcionário da igreja havia “embolsado” seis envelopes com dinheiro.
Depois do flagrante, o contador assumiu que vinha cometendo furtos há vários meses. Como a contabilidade era feita semanalmente, ele acredita que ficava levada de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil que depositava em sua conta bancária ou usava para pagar contas.
O homem trabalhava há 3 anos como assistente administrativo da igreja. Ele responderá pelo crime de furto qualificado por abuso de confiança.
