Criança de 4 anos torturada pela mãe é enviada para abrigo
O menino está na Casa de Acolhimento em Corumbá juntos com os irmãos, de 8 meses e 2 anos

O menino da 4 anos resgatado em Ladário após ser torturado e mantido 12 horas trancado em um quarto, pela própria mãe, foi levado para a Casa de Acolhimento em Corumbá, juntos com dois irmãos mais novos – um de 8 meses e outro de 2 anos. A mulher, de 25 anos, continua presa e ainda deve passar por audiência de custódia.
A informação foi divulgada pelo site Diário Corumbaense. Os três irmãos moravam com a mãe em uma casa do Bairro Nova Aliança e foram levados para o abrigo depois que uma equipe do Conselho Tutelar da cidade encontrou o mais velho trancado em um quarto, ferido e sem alimentação, por mais de 12 horas.
O caso só foi descoberto após a denúncia de vizinhos da família. A conselheira Rita de Cássia foi a casa e contou ao site local a cena que encontrou. “Quando chegamos na casa, a mãe não estava, ela havia saído com o bebê de colo. Constatamos que o menino de quatro anos estava preso num quarto. Ele estava muito assustado e tremia muito”.
Ele estava com vários hematomas e lesões nas costas, rosto, orelha e mãos. Trazia no corpo também várias cicatrizes e marcas de queimaduras. A mulher confessou o crime e afirmou que bateu no filho em um “momento de raiva”. “Perguntamos se ela havia agredido o filho e disse que sim”, lembra a conselheira.
Ao delegado responsável pelo caso, Luca Venditto Basso, a mulher contou que o filho foi abusado sexualmente e o agrediu por ele ter “deixado o fato acontecer”.
Na delegacia, a mulher ainda afirmou que o menino ficou com as marcas de queimadura após cair em uma fogueira, aos 3 anos. “É visível que a criança aparentava ter sido queimada com cigarro, mas as queimaduras no braço, o próprio garoto disse que havia caído num fogo. O menino estava muito abalado”, completou Rita de Cássia.
A mulher ainda perdeu a guarda de outros dois filhos mais velhos, de 6 e 8 anos. Eles foram morar com os avós paternos depois da decisão judicial.
Agora a mulher responde pelo crime hediondo de tortura-castigo, cuja a pena varia de 2 a 8 anos de prisão. Por envolver criança, o nome da mãe será preservado por imposição do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Presa em flagrante, ela ainda deve passar por audiência de custódia. Enquanto isso, permanece em uma cela da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Corumbá.