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Capital

Data cai no esquecimento, mas alunos defendem patriotismo diário

Flávia Lima | 19/11/2015 14:46
Ao meio-dia em ponto bandeira foi hasteada ao som do Hino Nacional. (Foto:Fernando Antunes)
Ao meio-dia em ponto bandeira foi hasteada ao som do Hino Nacional. (Foto:Fernando Antunes)
Comandante do CMO, Paulo Humberto, entrega kits com bandeira para escolas. (Foto:Fernando Antunes)
Comandante do CMO, Paulo Humberto, entrega kits com bandeira para escolas. (Foto:Fernando Antunes)

Com exceção de estudantes e profissionais da Educação, o Dia da Bandeira, comemorado nesta quinta-feira (19), passou despercebido para a maioria das pessoas.

O argumento para o esquecimento varia da instabilidade política até a crise econômica, que, segundo as desculpas, acabam afetando o sentimento de patriotismo.

Porém, para estudantes que celebraram o dia nas escolas, os momentos de dificuldade devem servir de estímulo para o resgate dos símbolos patrióticos. Pelo menos é o que pensam os colegas de classe Jany Bernardino, 15 e Vinícius Santos, 16, ambos estudantes da rede estadual.

Na opinião deles, o patriotismo deveria ser ressaltado todos os dias na escola e não apenas em uma data específica. “Acho bobagem ter um dia só para lembrar da bandeira. Deveríamos abordar os temas ligados aos país sempre”, ressalta Jany.

Opinião compartilhada também pelos amigos de turma, Vinícius Pereira, 15, Adenilson Tellecher, 17 e Caio Reis, 15. O grupo vai além e critica a postura dos professores que mal falaram sobre o dia de hoje. “Só conversamos sobre igualdade racial por causa do Dia da Consciência Negra, festejado nesta sexta-feira (20)”, diz Jany.

“Eu mesmo só lembrei que hoje era Dia da Bandeira quando vi o facebook”, confessa Vinícius Santos. Para o grupo, os problemas enfrentados no âmbito econômico e político do país acabam desestimulando os jovens a valorizar os símbolos brasileiros.

“Acho que para mudar isso, só depende de nós mesmo. Temos que escolher melhor nossos representantes”, afirma Caio Reis.

O pequeno Nicholas, de 3 anos, fez questão de acompanhar a solenidade todo paramentado. (Foto:Fernando Antunes)
O pequeno Nicholas, de 3 anos, fez questão de acompanhar a solenidade todo paramentado. (Foto:Fernando Antunes)
Alunos da rede estadual apostam no patriotismo diário para recuperar auto-estima da população. (Foto:Fernando Antunes)
Alunos da rede estadual apostam no patriotismo diário para recuperar auto-estima da população. (Foto:Fernando Antunes)

Valorização da Pátria - E é justamente para resgatar esses valores, que o CMO (Comando Militar do Oeste) convida, todos os anos, grupos de estudantes para acompanhar a tradicional solenidade de hasteamento da Bandeira, que no dia 19 de novembro ganha uma homenagem especial.

Este ano participaram 70 alunos da rede municipal e pelo menos 150 militares, além de alunos do Colégio Militar. Segundo o coronel Carlos Fernando Laffranchi, responsável pela comunicação social do CMO, quem assiste pela primeira vez o evento, não sai indiferente.

“Nossa função é fazer aflorar esse sentimento de nacionalismo, por isso é triste ver que algumas instituições de ensino não valorizam mais nossos símbolos”, ressalta.

Mesmo com o sol a pino, os estudantes e diretoras de sete escolas municipais acompanharam, atentos, toda a movimentação dos militares.

Ao meio-dia em ponto, a bandeira foi hasteada ao som do hino nacional, executado pela banda da corporação.
Em seguida, as bandeiras dos batalhões que já não tinham mais condição de uso, foram incineradas em uma pira, que acabou não sendo acesa devido ao forte vento no momento da cerimônia. Porém, o imprevisto não tirou o brilho da festa. “Na verdade incineramos apenas uma. O restante é incinerado após a solenidade”, explica o coronel Laffranchi.

Após o acendimento simbólico da pira, foi cantado o Hino à Bandeira e cada escola recebeu um kit com material didático sobre os símbolos do país, além de uma bandeira, entregue pelo próprio comandante do CMO, general Paulo Humberto César de Oliveira.

Ao final da cerimônia, os alunos se mostraram surpresos com o protocolo e, especialmente em saber que as flâmulas já gastas não podem ser descartadas de forma desrespeitosa.

“Eu não sabia que era assim. Gostei muito e acho importante contar a história desses símbolos porque fazem parte da nossa história”, enfatiza o aluno Vitor de Assis, 14.

As amigas Talita Fernandes de Oliveira, 12 e Isabelli Wachi, 12, também gostaram da cerimônia. Elas contam que na escola sempre cantam o Hino Nacional, mas essa foi a primeira solenidade que entoaram o Hino à Bandeira. “Foi a primeira vez que cantamos e acho que precisa as escolas precisam sempre lembrar dele nas cerimônias”, diz Talita.

Mesmo sem entender a cerimônia, o pequeno Nicholas Vinícius Rodrigues, de três anos, fez questão de acompanhar toda solenidade ao lado da mãe, a estudante Alcidiana Rodrigues. Vestindo uma farda miniatura, feita sob medida e com uma pequena bandeira que não tirou do ombro nem para ir ao banheiro, o pequeno chamou a atenção dos participantes.

O fato do pai ser militar contribui para a família trabalhar o patriotismo em Nicholas desde cedo, mas sua mãe acredita que eles teriam a mesma postura, independente do trabalho do pai.

“Vivemos um momento tão complicado, com o povo desacreditado, por isso não podemos deixar que esses valores caiam no esquecimento. São crianças como o Nicholas que deverão propagar esse sentimento no futuro”, afirma Alcidiana.

Vento dificultou acendimento da pira, mas contratempo não prejudicou cerimônia, que contou com 150 militares. (Foto:Fernando Antunes)
Vento dificultou acendimento da pira, mas contratempo não prejudicou cerimônia, que contou com 150 militares. (Foto:Fernando Antunes)
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