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Capital

Defesa e jurados faltam em julgamento de 'Cipriano do PCC' e são multados

Réu afirma que quer ser julgado o mais rápido possível; advogada terá que pagar R$ 10,4 mil por causa da falta

Nyelder Rodrigues | 02/10/2020 17:16
Sessão realizada recentemente do Tribunal do Júri (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Sessão realizada recentemente do Tribunal do Júri (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Sem advogado para defesa e sem jurados para julgar. Assim terminou nesta sexta-feira (2) o julgamento de Ronielson Ferreira dos Santos, que recém completou 32 anos em setembro e é conhecido como 'Cipriano', integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Sem o quórum necessário para realizar o júri, ele foi adiado.

Ao todo, quatro jurados não foram ao julgamento, além da advogada de Ronielson. Ele responde por homicídio qualificado, já que em 30 de março de 2018, por volta das 21h, ele matou Douglas Vitoriano usando uma faca e uma machadinha.

O crime aconteceu na Favela da Conquista, no Jardim Noroeste - região leste de Campo Grande - e foi caracterizado pelos requintes de crueldade. Vitoriano teria sido também amarrado, mais uma característica típica do tribunal do crime do PCC.

Coincidentemente, Ronielson é um dos indiciados na Operação Yin-yang, que em 2019 identificou Edson Chaves de Brito, o Malboro, como ordenador de pelo menos 28 assassinatos contra inimigos do PCC em Mato Grosso do Sul.

Por causa das ausências sem justificativa nessa sexta-feira, o julgamento de Cipriano foi adiado para o dia 27 de novembro. O juiz titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Aluízio Pereira dos Santos, aplicou multa de R$ 10,4 mil à advogada, além de arcar com as custas do processo.

O magistrado também multou em meio salário-mínimo cada um dos jurados faltantes. De acordo com o juiz em seu relato na ata da sessão, todos foram devidamente intimados para irem à sessão e a defesa também teria que apresentar o rol de testeminhas, mas nada o fez.

O julgamento começaria às 8h e os faltantes foram aguardados por uma hora, apesar da lei estipular apenas meia hora de espera. Além das multas, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) foi oficiada para lidar com o caso.

Um defensor público também deverá ser nomeado em breve para que sejam tomadas as providências quanto à defesa de Ronielson, já que ao consultá-lo, ele afirma que não foi procurado pela advogada e que deseja ser julgado o mais rápido possível.

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