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Capital

Dentro da Máxima, preso combina roubos e meios de torturar vítimas

Renan Nucci | 06/03/2015 15:00
Fabiano, Wagner e Isaac foram presos em ação do Choque. (Foto: Divulgação)
Fabiano, Wagner e Isaac foram presos em ação do Choque. (Foto: Divulgação)
Delegado mostra indignação ao saber que homem coordena crimes de dentro do presídio. (Foto: Marcos Ermínio)
Delegado mostra indignação ao saber que homem coordena crimes de dentro do presídio. (Foto: Marcos Ermínio)
Armas e celulares apreendidos com o trio. (Foto: Marcos Ermínio)
Armas e celulares apreendidos com o trio. (Foto: Marcos Ermínio)

Criminosos presos na madrugada desta sexta-feira (06), durante operação do Batalhão de Choque da Polícia Militar, em Campo Grande, agiam seguindo coordenadas enviadas por um detento da Penitenciária de Segurança Máxima, que até oferecia mais pessoas para ajudar no esquema. O grupo articulava, entre outras ações, tráfico, roubos a veículos e objetos de valor. Em conversas divulgadas pela polícia, dois dos envolvidos planejam amarrar vítimas para levar camionetes e outros objetos de valor - três deles estão foram presos.

Wagner Fabiano Pereira, 36 anos, e Isaac Rodrigues dos Santos, 19, eram comandados por Fabiano Augusto Cavalheiro Parraga, 18, que tinha o suporte de um homem identificado como Veinho da Máxima, que encontra-se recolhido na unidade prisional. O caso veio à tona depois que Fabiano e Wagner foram flagrados pelo Choque no Bairro Nova Lima. Durante abordagem, eles tentaram fugir de moto, mas sofreram que na Avenida Zulmira Borba.

Enquanto eram entrevistados pelos policiais, o celular de Fabiano tocou. Ele recebeu ligações de alguém que queria uma arma de fogo emprestada. Já Wagner portava quatro tabletes de maconha na mochila. As autoridades foram até à casa de Isaac, no Jardim Noroeste, onde havia um revólver calibre 32.

Os três foram levados para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro, onde foram autuados pelo delegado Hoffman D'Ávila Cândido e Souza. Em interrogatório e após checagens ao celular de Fábio, Hoffman descobriu que estava diante de uma associação criminosa que contava com suporte de Veinho da Máxima, sendo que cada um dos integrantes teriam suas funções definidas.

Chamadas perdidas – O telefone de Fábio não parava de tocar. O toque era o trecho de uma música intitulada “Banca dos Monstrão”, do MC Granfino: “Essa é a banca dos monstrão, os amantes do cifrão, os que gasta malote e que porta os cordão”. Do outro lado da linha estava Veinho, que tentava contato desesperadamente. Nos últimos três dias eles vinham articulando série de roubos na Capital.

O esquema foi descoberto por meio de registros de áudio no WhatsApp flagrados pelo delegado. “É uma indignação saber que um indivíduo que deveria estra preso, recolhido, fica orquestrando ações criminosas de dentro do presídio”, explicou Hoffman, afirmando que o aparelho será levado para uma equipe de investigação especializada que vai periciar todos os contatos, ligações e mensagens trocadas por Fábio com outras pessoas. “Ele seria o mentor do grupo”, complementa.

Conversas no Whats – Os áudios guardam uma conversa direta e aberta sobre plano de roubos na Capital. A conversa começa com Veinho chamando o comparsa para o crime. “E aí Chumbinho, vamos pa bala? […] to com dois pareceiro ali, armado ali, doido pra roubar mano (sic)”. Por sua vez, Fabiano reclama da falta de estrutura. “Nois só tá com pouca mexa e uma moto, nois precisava de um carro também pra nois dá um peguei – roubo (sic)”.

Ele ainda afirma que, pela falta do carro, fica impossibilitado de agir com seu “time monstro”. “Eu to com uns pilotos aqui também tá ligado? To com uns moleque mil grau aqui pra descer pra lá, tem uns pra catar, outros pra segurar. Eu tenho um time monstro aqui, uns guri caxangueiro também tá ligado, só que nós não temos a condução do carro pô (sic)”, alega.

Veinho responde dizendo que vai tentar conseguir um veículo e tenta unir sua gangue com a de Fabiano. “Eu se eu arrumar o carro pra levar nois no time do Zebedeu aí, os seus parceiros junto com os meus? Vamos cair pra dentro de uma caxanga daquele jeito, amarrar todo mundo, levar as camionetes lá pra baixo, levar tudo de valor? (sic)”.

O delegado Hoffman afirma que os três presos pelo Choque vão responder por associação criminosa, tráfico de drogas, associação ao tráfico e posse de arma de fogo. O envolvimento de Veinho também será apurado. “Eles seu uniam para planejar roubo. Isso fica claro com as evidências que tenho até o momento e por isso já pedi a prisão preventiva deles”, afirmou, alegando que há possibilidade de envolvimento com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), mas que por enquanto não há dados que comprovem.

O vídeo abaixo mostra o momento em que o celular de Fabiano toca, e também a conversa registrada entre ele e Veinho da Máxima. 

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