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Capital

Denúncia contra médica é investigada como omissão de socorro e não aborto

Luana Rodrigues | 04/04/2017 14:50

A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar a médica Cristiane Hiane de Oliveira, de 40 anos, denunciada por supostamente se recusar a atender uma gestante que estava em trabalho de parto, durante a madrugada de domingo (26), na Maternidade Cândido Mariano. Diferente do que está na denúncia registrada, a mulher não será investigada por aborto, mas sim por omissão de socorro.

Conforme o delegado responsável pelo caso, Mario Donizete Ferraz de Queiroz, a mudança tipificação do crime ocorreu porque ‘omissão de socorro’ se adéqua melhor ao fato denunciado. “Aborto é quando o bebê morre, ou há tentativa de matar o feto. Ali, o que houve e se houve, foi uma omissão de socorro e é o que será investigado”, explicou o delegado.

Segundo Queiroz, o inquérito foi instaurado nesta semana e a primeira a ser ouvido deve ser a bombeira que atendeu a gestante e denunciou o caso, que não teve a identificação divulgada. Logo depois, a polícia pretende ouvir a mãe do bebê, Tabata Januário, 25, testemunhas envolvidas no fato e, por último, a médica.

“Vamos apurar certinho o que realmente aconteceu para que possamos indiciar ou não os autores”, explicou o delegado.

A polícia tem 30 dias para encerrar as investigações sobre o caso e pode solicitar a prorrogação do prazo.

Denúncia - A médica Cristiane Hiane de Oliveira, de 40 anos, foi denunciada por tentativa de aborto na manhã desta segunda-feira (27). De acordo com informações do boletim de ocorrência registrado sobre o caso, bombeiros foram chamados para atender uma gestante de 25 anos, no oitavo mês de gravidez, em trabalho de parto.

A mulher então foi levada para a Maternidade Cândido Mariano. No entanto, chegando ao local, duas recepcionistas disseram que a gestante não seria atendida pela equipe médica, pois só havia duas plantonistas e era uma ordem da médica Cristiane Hiane de Oliveira para não atende-la.

Após aguardar a resposta da médica e diante da negativa, a equipe então fez novo contato com a Central de Regulação, e foi orientada a levar a gestante para a Santa Casa. Já na entrada dos elevadores do hospital, o bebê teria começado a nascer.

A equipe então ‘correu’ com a gestante e conseguiu chegar ao terceiro andar, na sala de cirurgia, onde o parto foi finalizado, já sob os cuidados da equipe médica.

A menina prematura se recupera bem e não corre mais riscos. Segue internada na Santa Casa apenas para observação.

Outro lado - A direção da Maternidade Cândido Mariano promete abrir procedimento administrativo para investigar se houve negligência no caso. Porém, segundo o diretor técnico da Maternidade Cândido Mariano, Daniel Gonçalves Miranda, a médica não negou atendimento.

“A maternidade estava com um plantonista a menos. Quando o Corpo de Bombeiro chegou com a paciente, a profissional realizava um parto e não podia atender naquele momento. Depois de 20 minutos esperando, os bombeiros resolveram levar a gestante para outra unidade”, relata.

Ele explicou que no dia do ocorrido apenas duas profissionais - quando são necessários pelo menos três - faziam plantão e a situação foi comunicada, via fax, às instituições reguladoras, para não enviar pacientes.

O Campo Grande News tentou falar com a obstetra, mas até o fechamento deste texto não houve retorno.

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