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Capital

Revoltada com "humilhação", família de grávida não atendida quer Justiça

Rafael Ribeiro | 29/03/2017 10:37
Tabata e a sogra no corredor do hospital (Rafael Ribeiro)
Tabata e a sogra no corredor do hospital (Rafael Ribeiro)

"Ela vai ter que pagar pelo que fez, a humilhação que fez minha nora passar." Ainda se emocionando toda vez que relembra o ocorrido, a cuidadora de idosos Elizabeth Brites, 56 anos, também promete ir à polícia reforçar a denúncia contra a médica, de 40, acusada de não atender sua nora, a deficiente auditiva Tabata Januário, 25, quando ela entrou em trabalho de parto prematuro na madrugada do último domingo (26), na Maternidade Cândido Mariano, em Campo Grande.

Na porta da Santa Casa, onde sua nora e neta, Isadora, recuperam-se, Elizete não contém as lágrimas e a revolta ao relembrar os 20 minutos que passou na porta da instituição médica junto dos Bombeiros à espera de um atendimento que não aconteceu.

"Eu quero apenas que as pessoas entendam que minha nora é deficiente. Uma pessoa normal gritaria, choraria. Não ela. Acho que viverei por umas duas encarnações sem esquecer da forma como ela apertava minha mão naquele banheiro, implorando por ajuda", disse.

No relato de Elizete, eram 4h quando Tabata a chamou no quarto da casa onde a família mora, no Jardim Bálsamo. Os Bombeiros foram chamados e levaram nora e sogra até o Cândido Mariano, onde o pior aconteceu.

"Haviam duas atendentes que nem deixaram a gente entrar. A médica diz que não houve negligência, mas houve sim. Ela sequer saiu para ver a Tabata. Era uma plantonista e duvido que estivesse sozinha no local, que não houvessem enfermeiras ou especialistas para examinar minha nora", apontou.

Na cabeça delas, o medo. Afinal Tabata, atualmente desempregada, teve o primeiro filho, agora com 1 ano e meio, também prematura, em uma gravidez de seis meses. Quando foi usar o banheiro da área externa da maternidade, pressentia o risco da atual gestação, de 8 meses.

Isadora, que nasceu com complicação se recupera na Santa Casa. (Foto: Rafael Ribeiro)
Isadora, que nasceu com complicação se recupera na Santa Casa. (Foto: Rafael Ribeiro)

"Seria terrível a criança nascer em um banheiro", definiu Elizete. Cerca de 20 minutos de espera em vão depois, Isadora nasceu com 2kg no elevador da Santa Casa, quando a mãe estava a caminho da maternidade.

"Eu vou à polícia também. Ela não pode denegrir a imagem dos Bombeiros, que ficaram sempre a nosso lado, todo o tempo. São pessoas íntegras", completou.

Três dias após o ocorrido, Tabata ainda está abalada, se sentindo humilhada e emotiva. Felizmente para ajudar na recuperação tem Isadora. A menina prematura se recupera bem e não corre mais riscos. Seguirá internada por dez dias na Santa Casa apenas para observação.

"Uma das melhores coisas que Deus pode dar na vida de uma pessoa é um bebê com saúde. Uma dádiva e uma rosa que nasceu em meio ao descaso que sofreu ainda dentro da mãe. Já é uma vencedora", afirmou a cuidadora de idosos.

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