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Capital

Depois de denúncia de advogados, Agepen diz que investigará abusos na Gameleira

Defensores se dizem desrespeitados pelos servidores e OAB emitiu nota de repúdio

Clayton Neves | 09/08/2021 15:59
Presídio Fechado da Gameleira, recém inaugurado, e também conhecido como Supermáxima. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Presídio Fechado da Gameleira, recém inaugurado, e também conhecido como Supermáxima. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Após denúncia de advogados, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) informou que abriu investigação para apurar casos de abusos revelados pelos defensores que se dizem desrespeitados por agentes penitenciários do presídio de regime fechado da Gameleira.

“Todos os questionamentos estão sendo tratados pela direçã,  juntamente com a diretoria de operações e direção da penitenciária. O caso também está sendo investigado pela Corregedoria-Geral da Agepen para apuração detalhada dos fatos apresentados e providências cabíveis, se constatada irregularidade funcional”, informou a Agência por meio de nota.

Na semana passada, grupo de advogados voltou a denunciar casos de abusos que, segundo eles, são recorrentes na unidade. Entre as reclamações, eles afirmam que são destratados e apontam espera de quase seis horas para remoção de presos das celas.

“Eles não tratam ninguém com respeito e não separam o que é preso e o que é advogado. É a única unidade em que os servidores veem como inimigos e não entendem que estamos ali para trabalhar, assim como eles”, comentou a advogada Thaís Lara.

Segundo ela, a situação se agrava porque os agentes penitenciários se recusam a se identificar. “Eles usam um capuz cobrindo o rosto e quando perguntamos o nome se negam ou falam que se chamam Steve, um nome usado no meio policial”, relata.

Segundo a advogada Cibele Bezerra, na tarde desta sexta-feira (6), foi de quase seis horas a espera para falar com os clientes que estão no presídio. Atendimentos que, segundo ela, levariam apenas meia hora em outras penitenciárias. “Cheguei às 10h e sai de lá quase às 16h e isso, para atender apenas quatro presos”, conta.

Em nota, a seccional sul-mato-grossense da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) se manifestou em nota de repúdio contra a situação. "A OAB/MS lutou corajosamente para a aprovação da lei que criminaliza a violação das prerrogativas da advocacia, bem como da Lei de Abuso de Autoridade, não hesitando assim em cobrar o respeito às mesmas em qualquer instância que se faça necessário", diz o texto.

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