ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 22º

Capital

Depois de enchente, resta a moradores contabilizar os prejuízos

Filipe Prado | 09/01/2016 13:18
Jorge mostra até onde a água chegou (Foto: Gerson Walber)
Jorge mostra até onde a água chegou (Foto: Gerson Walber)

Moradores do Jardim Cerejeiras ainda não conseguiram contabilizar os estragos causados pelas chuvas de ontem (8), que fizeram o Córrego Segredo transbordar e alagar três casas em área de comodato, na Rua Nelson Abrão Lemos. A água chegou a 1,5 metro e estragou roupas, alimentos, eletrodomésticos e eletrônicos.

“Foi menos de cinco minutos”, lembrou o pedreiro Jorge Menezes. Ele contou que percebeu a água subir, então fechou a casa, onde mora com um amigo, e colocou panos. “A água arrebentou a porta e entrou na casa”, apontou.

A geladeira, comprada recentemente, queimou, sobrando alguns móveis e uma televisão pequena. “Nós amarramos tudo com corda e penduramos”, contou o pedreiro. A limpeza da casa, para tirar o barro, terminou na manhã de hoje (9), mesmo assim eles ainda não conseguiram contabilizar todos os prejuízos e não sabem o que fazer caso o córrego volte a subir. “Vamos ter que parafusar tudo na parede”, brincou Jorge. “Há 16 anos moro aqui e essa foi a primeira vez que isso aconteceu”, ressaltou.

A geladeira de Inês caiu, por conta da água (Foto: Gerson Walber)
A geladeira de Inês caiu, por conta da água (Foto: Gerson Walber)

A aposentada Inês Del Padre, 64, também foi afetada pela chuva. Ela estava dentro de casa, quando a água invadiu o imóvel e ela entrou em desespero, sendo socorrida por uma equipe do Corpo de Bombeiros. Por conta da idade e por ter somente 40% da visão, ela ainda não conseguiu limpar a casa. A filha, que está grávida, e o genro precisaram sair, porque a mulher estava passando mal, não podendo ajudá-la na limpeza.

Mesmo com a situação, Inês não conseguiu traçar um “plano B”. “Ainda não sei de nada. Não consegui nem pensar”, lamentou. Recebendo um salário mínimo por mês, a aposentada afirma não ter dinheiro para sair da casa e pagar aluguel.

Mas, ela se preocupa com a filha, que perdeu as roupas e todos os alimentos que havia comprado e o enxoval para o filho. “Eu me viro, fico em qualquer canto, mas ela tem filho pequeno, está gravida”, analisou Inês.

“Agora temos que esperar, não dá para fazer nada. O problema é que voltou a chover”, mencionou a aposentada. Sobre o motivo da enchente, ela acredita que alguém deve ter “mexido” na cabeceira do Córrego Segredo. De acordo com a Defesa Civil Municipal, choveu 31 milímetros na região do Alphaville, que também fica na região norte da Capital.

Inês ainda não conseguiu limpara a casa (Foto: Gerson Walber)
Inês ainda não conseguiu limpara a casa (Foto: Gerson Walber)
Outra geladeira foi levada pela água (Foto: Gerson Walber)
Outra geladeira foi levada pela água (Foto: Gerson Walber)
Nos siga no Google Notícias