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Capital

Desapropriação para a construção da Orla Ferroviária divide opinião de moradores

Paulo Fernandes e Paula Maciulevicius | 19/12/2011 23:06
Aposentada Edna de Paiva, de 57 anos, acredita que Orla Ferroviária irá valorizar o local (Fotos: João Garrigó)
Aposentada Edna de Paiva, de 57 anos, acredita que Orla Ferroviária irá valorizar o local (Fotos: João Garrigó)

Moradores da rua Eça de Queiróz estão divididos a respeito das desapropriações para a construção Orla Ferroviária, em Campo Grande.

A aposentada Edna de Paiva, de 57 anos, ainda não recebeu da Prefeitura o valor pela desapropriação de 50 metros do salão, em frente a casa dela, mas acha justo o montante que irá receber é considera positiva a criação da Orla Ferroviária porque irá valorizar os imóveis do local, mesmo com as mudanças que terá que fazer em sua casa.

Ela afirma que os moradores sabiam há muito tempo que as desapropriações seriam feitas. “Estou até gostando porque aqui era muito feio. Tem dois anos essa história de desapropriação”, disse.

Não é a opinião do mestre de obras Antônio Beltramelo, 62. Ele disse que a Prefeitura atropelou o processo de desapropriação. “Foi estúpido o que a Prefeitura vez. Foi uma coisa que a gente não esperava. Nós sabíamos, mas achávamos que seríamos citados, mas veio logo o mandado”, afirmou.

Antônio Beltramelo, de 62 anos, não está nada feliz com as obras
Antônio Beltramelo, de 62 anos, não está nada feliz com as obras

Com as obras, ele teve um bar prejudicado e o galpão onde guarda caminhões também. “Eu preciso pagar um guarda para ficar aqui porque arrancaram até tapumes que estava protegendo o bar. Eu acho que é roubo, porque chegaram aqui e levaram toda a minha mercadoria. Vieram de surpresa. A minha renda era esse bar”.

Antônio afirma ainda não poder esperar para receber o dinheiro referente a desapropriação. “Não posso porque o meu dinheiro está acabando. E essa foi para acabar de acabar”, declarou.

O empresário Walter Barros, que tem um campo de futebol com grama sintética, também questiona o atropelo. “Eles chegaram e foram tirando tudo. Ninguém foi citado. Chegaram de repente, como se fosse ditadura”, disse.

Ele afirma que desapropriação precisa de consenso dos moradores e que recebeu uma proposta em valor bem inferior ao da área. “Vão pegar 500 metros e querem pagar 30% do valor”.

Walter entrou com uma ação no Ministério Público para tentar reaver a área e quer melhorar o valor a ser pago pelo imóvel. “Você vê tudo acabando. Tudo o que você tinha sonhado, terminando em nada”, lamenta.

O prefeito Nelsinho Trad explicou que a população sabia que áreas seriam desapropriadas e que o Município não faz desapropriação sem avisar.

“Ninguém se conforma. A desapropriação é difícil tanto para a administração municipal quanto para quem é desapropriado, que nunca acha que o valor é justo”, afirma. Ele pondera, no entanto, que as obras são necessárias para o desenvolvimento da cidade.

A Orla Ferroviária é uma das grandes obras da Prefeitura. Ela irá funcionar nos mesmos moldes da Orla Morena, com alternativas de diversão a um novo tipo de comércio, que irá explorar o lado histórico de Campo Grande.

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