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Diversão

Polo gastronômico e cultural, Orla Ferroviária vai virar “rua 24 horas”

Fabiano Arruda | 08/11/2011 18:15

Obra vai desapropriar 26 imóveis entre a Rua Maracaju e a avenida Mato Grosso

Obra, que vai da Morada dos Baís até a avenida Mato Grosso, terá atrativos "24 horas". (Foto: Divulgação)
Obra, que vai da Morada dos Baís até a avenida Mato Grosso, terá atrativos "24 horas". (Foto: Divulgação)

O projeto da Orla Ferroviária, iniciado há seis meses, vai transformar a antiga via férrea de Campo Grande num pólo gastronômico e cultural. A intenção da prefeitura, ao longo do tempo, é que a nova via se torne uma “rua 24 horas”.

“A ótica ainda não é esta, mas temos este objetivo: de dar vitalidade econômica àquele local com atividades também no período noturno”, declarou a diretora-presidente do Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano), Marta Martinez, apostando que a rua “tenha vida própria” após a conclusão da obra, prevista para abril do ano que vem.

Ela afirmou que uma pesquisa está sendo desenvolvida para apontar que tipo de empreendimento a Orla Ferroviária poderá comportar depois de pronto o projeto arquitetônico.

Martinez admitiu que, por enquanto, a grande maioria dos cerca de 40 comerciantes da avenida Calógeras se mostrou reticente quanto à possibilidade dada pela prefeitura em abrir a parte dos fundos das lojas para que, no futuro, os estabelecimentos tenham entrada também pela orla.

“Depois de concluída a obra, as pessoas vão se atentar ao valor comercial e será tendência aos proprietários das lojas aderirem. Apenas cerca de dez comerciantes mostraram ter interesse até agora”, explicou, destacando que a pesquisa vai apontar linhas de incentivo para a criação de novos empreendimentos na antiga via férrea.

Segundo informações da Planurb, no trecho da Rua Maracaju à avenida Mato Grosso, serão 26 imóveis desapropriados. Metade deles de forma integral e outras parcial.

“Cinco imóveis já desapropriados e outros a partir da publicação da prefeitura em Diário Oficial”, comentou, pontuando que a prefeitura fez levantamento, antes mesmo da execução do projeto, e entrou em contato com moradores e comerciantes da região. “Via de regra o Poder Público faz a oferta aos proprietários e, caso eles aceitem, o valor é pago. Do contrário, é depositado em juízo”, complementou, ressaltando que este trabalho é feito pela Procuradoria Geral do Município.

Mudança - O gerente comercial da Betel, Júnior Leão, explica que, após orientações da prefeitura sobre a possibilidade da alteração, o estabelecimento optou por não fazer alterações nos fundos da loja como acesso pela orla.

Gerente comercial explica que loja em que trabalha preferiu não optar por mudanças sugeridas pela prefeitura. (Foto: João Garrigó)
Gerente comercial explica que loja em que trabalha preferiu não optar por mudanças sugeridas pela prefeitura. (Foto: João Garrigó)

Comerciantes e moradores da região estão orientados desde o início do ano sobre o assunto. Apesar do longo período, na prática, a adesão ainda é baixa.

Waldemar Siqueira, de 83 anos, um dos comerciantes mais antigos na avenida Calógeras, por outro lado, afirmou que a mudança é positiva. Há 60 anos no mesmo local, que comercializa calçados, arreios e artefatos de couro, ele disse que quer vivenciar “transformação da região.

Obra - A Orla Ferroviária, cujas obras avançaram nos últimos dias por conta do “pausa” nas chuvas, é vista como estratégia de valorização do espaço público e de animação cultural da cidade proposto pelo Plano de Revitalização do Centro.

Desenvolvido pela Coordenadoria de Projetos Especiais da Prefeitura de Campo Grande, o projeto tem investimentos na ordem de R$ 3.9 milhões, recursos financiados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em obras de urbanização, paisagismo e mobiliários de lazer.

O projeto arquitetônico prevê cerca de 900 metros de novo uso do espaço do leito da ferrovia no trecho da Avenida Afonso Pena, a partir da Morada dos Baís, até a Avenida Mato Grosso com a construção de um calçadão com piso tátil, equipamentos de lazer e descanso, bancos, praça, área para atrações culturais, ciclovia, paisagismo e iluminação.

Segundo informações da Prefeitura, carros serão proibidos de trafegar na faixa.

Para ser tornar atrativa para a população, o local deverá contar com bibliotecas, cafés, lanchonetes, bares, floriculturas, lojas de artigos regionais e restaurantes. A calçada na orla terá mosaico português, pórticos, quiosques, bicicletário, painéis com a história das colônias, teatro de arena, playground e aparelhos de ginástica.

Calçadão terá equipamentos de lazer e descanso, bancos, praça, quiosques, bicicletário, painéis com a história das colônias, teatro de arena, playground e aparelhos de ginástica. (Foto: Simão Nogueira)
Calçadão terá equipamentos de lazer e descanso, bancos, praça, quiosques, bicicletário, painéis com a história das colônias, teatro de arena, playground e aparelhos de ginástica. (Foto: Simão Nogueira)
Ritmo das obras avançou com "trégua" da chuva. (Foto: João Garrigó)
Ritmo das obras avançou com "trégua" da chuva. (Foto: João Garrigó)
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