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Capital

Dívida e juros consumirão R$ 158 milhões do orçamento da Capital

Prefeitura prevê queda de recursos para despesas obrigatórias em 2026 frente a 2025

Por Ângela Kempfer | 01/09/2025 13:32
Dívida e juros consumirão R$ 158 milhões do orçamento da Capital
Bandeira de Campo Grande no Paço Municipal (Foto: Arquivo)

A proposta da Lei Orçamentária Anual para 2026 de Campo Grande mostra que uma parte considerável dos recursos municipais será destinada a despesas que não chegam diretamente em forma de serviços à população. São as chamadas operações especiais, que incluem pagamentos da dívida, encargos financeiros e reserva de contingência.

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A Prefeitura de Campo Grande destinará R$ 165,1 milhões do orçamento de 2026 para operações especiais, que incluem pagamento de dívidas, juros e reserva de contingência. O montante é superior à soma dos recursos previstos para Cultura, Esporte e Lazer e Habitação. Do total, R$ 92,6 milhões serão para amortização da dívida, R$ 65,5 milhões para juros e encargos, além de R$ 7 milhões de reserva de contingência. Em comparação com 2025, houve redução de R$ 22,8 milhões nos juros, enquanto o valor da amortização manteve-se estável.

Pelos números, estão previstos R$ 92,6 milhões para amortização da dívida (pagamento do principal de financiamentos já contratados) e R$ 65,5 milhões em juros e encargos. Somados, esses dois itens totalizam R$ 158,1 milhões, valor quase 23 vezes maior do que a verba destinada à função Ciência e Tecnologia, que aparece na LOA com apenas R$ 6,8 milhões, por exemplo.

Há ainda uma reserva de contingência de R$ 7 milhões, espécie de poupança obrigatória exigida pela Lei de Responsabilidade Fiscal. No conjunto, as operações especiais somam R$ 165,1 milhões, o equivalente a mais do que todo o orçamento previsto para áreas como Cultura (R$ 49,5 milhões), Esporte e Lazer (R$ 23,6 milhões) e Habitação (R$ 37,7 milhões) juntos.

Comparativo com 2025 - Em relação a 2025, o cenário muda pouco. Neste ano, o município reservou R$ 91,6 milhões para amortização da dívida, R$ 88,3 milhões para juros e encargos e também R$ 7 milhões para a reserva. Ou seja, o custo para pagar o principal da dívida se manteve praticamente estável, enquanto os juros e encargos tiveram queda de R$ 22,8 milhões.

Mesmo com a redução, os valores seguem em patamar alto: em dois anos, Campo Grande destinou quase R$ 330 milhões apenas para amortização e juros, recursos que não chegam diretamente em obras ou serviços, mas que são necessários para garantir a regularidade fiscal.

Essas despesas obrigatórias revelam o impacto dos compromissos financeiros sobre a capacidade de investimento da prefeitura.