Dona de boate vai à delegacia e acusa ex-marido de forjar denúncia
Duas funcionárias de local, no Amabaí, procuraram na tarde do último sábado (10) a Polícia Civil para reclamar de agressões e sofridas e cárcere privado em que eram mantidas

A dona de uma boate, de 26 anos, procurou na manhã desta segunda-feira a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para apontar o ex-marido, de 26, como o responsável por propagar as denúncias, que ela considera falsas, de duas funcionárias que foram à Polícia Civil no último sábado denunciá-la por agressão e cárcere privado supostamente sofridos no estabelecimento, na Avenida Bandeirantes, no bairro Amambaí (região central).
Ao Campo Grande News, a mulher disse que foi agredida pelo ex ainda na sexta-feira, mesmo estando grávida de quatro semanas, fato que teria motivado sua prisão.
“Uma das meninas sequer trabalhava para mim, mas sim freqüentava lá. São todas cúmplices dele, que usam drogas juntos e que estão agindo para se vingar pela prisão”, disse a acusada.
A proprietária da boate, que foi casada por dois anos com o ex e tem um filho de 7 meses, foi à delegacia para tentar ajudar com que ele fique preso. Somente na tarde desta segunda-feira é que a Justiça decidiria se ele ficaria preso ou seria liberado.
“Fiquei trancada por cerca de três dias e só consegui chamar a polícia quando fugi. Todo mundo tem medo dele, principalmente quando abusa de álcool e drogas e fica agressivo", disse.
A acusada disse que mantinha no começo um estúdio de pilates e quando começou o relacionamento com o ex, que foi segurança de pelo menos três boates nos últimos oito anos, decidiu entrar no negócio também.
Mas foi só ele começar a administrar o negócio para se perder nas drogas e bebidas alcoólicas, começar a não pagar fornecedores e se tornar violento. São pelo menos três registros de violência doméstica.
“No início eu era muito inocente, não acreditava nos meus direitos e era submissa. Isso mudou. E agora não acredito mais nas ameaças”, relatou.
Sobre a jovem que lhe denunciou, a acusada disse que lamenta a decisão de lhe denunciar injustamente. "Eu dei abrigo para ela e a filha, de 3 anos, na minha próp´ria casa e agora veio essa apunhalada. Me sinto traída", disse.
O caso – Duas mulheres, de 33 e 26 anos, foram até a Polícia Civil no sábado relatar que eram agredidas e mantidas em cárcere privado pela dona de uma boate.
De acordo com informações do boletim de ocorrência, as mulheres contaram que na madrugada daquele dia uma delas, a mais nova, sentiu uma indisposição e foi para o quarto descansar.
A chefe não teria gostado da situação e ao perceber que a vítima não estava mais no salão, foi até o quarto para tirar satisfação.
Durante a conversa, a patroa teria se descontrolado e, segundo a vítima, passou a agredi-la. A companheira de trabalho percebeu a ausência da amiga e foi até o quarto para ver o que estava acontecendo.
No local, segundo o que relatou à polícia, viu a patroa em cima de sua colega e entrou no meio da briga para ajudá-la, mas também acabou agredida.
As duas disseram que ficaram com lesões na perna. Depois disso, foram trancadas pela patroa no quarto.
Na tentativa de serem libertadas, as duas passaram a mandar mensagens para o irmão do dono da boate, já que o dono mesmo está preso, por ter agredido a esposa. O caso foi registrado como lesão corporal, sequestro e cárcere privado.