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Capital

Dono de lava jato diz a clientes que viajou após “funcionário ficar doente”

Rafael Ribeiro e Marcus Moura | 08/02/2017 13:12
Lava jato foi alvo de incêndio no fim da madrugada desta quarta: polícia investiga se foi criminoso (Foto: André Bittar)
Lava jato foi alvo de incêndio no fim da madrugada desta quarta: polícia investiga se foi criminoso (Foto: André Bittar)

Dono do lava jato onde um adolescente de 17 anos, foi gravemente ferido após ter uma mangueira introduzida em seu ânus, na Vila Morumbi, na última sexta-feira (3), Thiago Giovanni Demarco Sena, 20 anos, um dos acusados do crime, diz a clientes que fechou após um de seus funcionários ficar doente.

A informação é de uma cliente que frequenta o local e falou com o Campo Grande News na tarde desta quarta-feira (7), na porta do estabelecimento, alvo de um incêndio supostamente criminoso durante a manhã.

“Liguei para ele no sábado para perguntar se tinha como agendar horário para lavar meu carro e ele me disse isso”, disse a cliente, que preferiu não se identificar.

Anonimato parece ser uma regra entre os vizinhos do lava jato após o ocorrido. Muitos dos comerciantes ouvidos pela reportagem se mostraram mais surpresos que chocados.

“Fiquei sabendo pela imprensa. Fiquei surpreso demais. Os meninos eram gente boa. Também era cliente e fiquei meio chocado”, disse um dos comerciantes, de 31 anos.


Há três anos no local, ele também estranha a acusação da polícia de que o local pode ter envolvimento com o tráfico de drogas. A polícia já realizou pelo menos duas apreensões de drogas no lava jato, entre 2012 e 2015. Em uma delas, cerca de uma tonelada de maconha foi recolhida. Os crimes não foram ligados ao estabelecimento na época.


“Nunca vi nada de diferente, que pode ser definido como suspeito. Acho que tudo não passa de uma brutalidade”, disse outro comerciante da região.


Sena e Willian Henrique Larrea, 30, outro acusado do crime, estão desaparecidos. A polícia optou por não pedir a prisão preventiva deles por acreditar “que não oferecem perigo à vítima.” A família contesta a decisão e diz que fará um protesto na sexta-feira. Acusam os dois autores de terem ligações com policiais, o que comprometeria a imparcialidade do caso.


Histórico - O caso foi denunciado pelo primo da vítima, de 28 anos. No relato à delegacia, ele disse que o adolescente “brincava com os colegas de trabalho”, quando um dos homens o agarrou pelo lombo e o dono do local inseriu uma mangueira no ânus do garoto.


A vitima foi levada por um dos próprios agressores à Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Tiradentes, enquanto o outro acusado avisou a família.


O jovem continua internado em estado grave na Santa Casa. Ele teve parte do intestino dilacerado pela mangueira, além de ferimentos nas coxas e passou por cirurgias após sofrer uma série de ataques cardíacos. Há risco de morte.

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