Em busca do "sonho militar", 586 mulheres passam por avaliação física

Das 722 jovens que fizeram alistamento militar em Mato Grosso do Sul, 586 começam a passar por exames de saúde e de força, em uma das etapas para ingressar nas Forças Armadas. Destas, 18 estiveram esta manhã no CMO (Comando Militar do Oeste) para os testes.

Essas 586 jovens se inscreveram para o SMIF (Serviço Militar Inicial Feminino) em três municípios tributários, ou seja, sob responsabilidade de unidade militar, sendo 421 em Campo Grande, 132 em Corumbá e 33 em Ladário.

Para as outras 136 inscritas que completam o total de 722 alistamentos, ainda será preciso paciência, já que não há vaga prevista nas cidades onde fizeram inscrição.

Das inscritas em Campo Grande, uma delas era a estudante Rafaela Braga, 17 anos. Nervosa, assistia atenta, no posto de apresentação, às explicações dadas sobre as avaliações a que será submetida hoje: são exames médicos, odontológicos, de força, de visão e inspeção corporal e entrevista.

 “Sinceramente, eu estou bem nervosa”, reforçou Rafaela. Apesar disso, está convicta da decisão de se alistar. “Tenho muitos familiares militares, meu avô, meu tio e meu pai, não vejo como coisa simples, é um sonho, gostaria de dar esse orgulho para meus pais”, completou.

Companheira de nervosismo, Maria Eduarda Baez, 18 anos, disse que tem o sonho de seguir a carreira militar desde os 7 anos. “Meu sonho é seguir a carreira, estou com a expectativa bem alta.

Mais tranquila, Mariane Ramona Nunes Moraes, contou que fez o alisamento assim que as inscrições foram abertas. “É uma carreira que eu quero seguir para vida, porque é incrível. E o sonho da minha mãe e esse sonho passou pra mim. Quero isso para minha vida, o sonho militar pra mim"

Designações - O tenente-coronel Roberto Júnior disse que a fase de seleção geral começou no dia 1º de julho e irá se estender até 11 de julho. No total, contando com os alistamentos em Mato Grosso, que também é área do CMO, foram 1.026 alistamentos.

“A procura superou as expectativas”, disse. O militar explica que ser considerada apta hoje, ainda não é o passaporte para o Exército. “Ainda vão participar de seleção complementar e, depois, vão ver quem vai começar em 2026”.

Após a seleção, haverá a designação para as três organizações militares onde há previsão de incorporação. No caso de Campo Grande, são 99 vagas, sendo 27 para Colégio Militar, 12 para Hospital Militar e 60 para base de administração e apoio do CMO.

Para receber o contingente feminino, o Ministério da Defesa investiu R$ 2 milhões em adequações de infraestrutura, com construção de banheiros, alojamentos, aquisição de equipamentos de segurança e implantação de reconhecimento facial. Para Mato Grosso do Sul, o valor não foi divulgado.

Hoje, o Brasil tem 37 mil militares do sexo feminino, o equivalente a 10% do efetivo total.

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