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Capital

Envolvido em "Tribunal do Crime" perde defensor e é retirado de julgamento

Ao juiz, um dos réus contou que decidiu cometer o crime durante uma festa de carnaval, para vingar um assassinato

Geisy Garnes e Maressa Mendonça | 12/02/2020 15:53
Os cinco réus foram levados do júri nesta tarde (Foto: Marcos Maluf)
Os cinco réus foram levados do júri nesta tarde (Foto: Marcos Maluf)

Cinco integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) foram levados ao Tribunal do Júri nesta quarta-feira (12) por sequestrar e decapitar John Hudson dos Santos Marques, o “John John”, em fevereiro de 2018. Em uma reviravolta durante os depoimentos, um dos réus perdeu o defensor público e foi retirado do julgamento.

Foram levados a júri nesta tarde: Gabriel Rondon da Silva, o “Biel”; Maycon Ferreira dos Santos, o “De Menor”; Tiago Rodrigues de Souza, conhecido como “Neguinho”, “Botucatu” ou “Sawary”; Elionai Oliveira Emiliano, o “Nai” ou “Nay” e Leonardo Caio dos Santos Costa, o “Apolo”.

O primeiro a prestar depoimento foi Gabriel. Ele confessou o crime. Lembrou que em fevereiro de 2018 saiu com John e os amigos para uma festa de carnaval e juntos beberam, compraram e usaram cocaína.

Durante a “comemoração”, Gabriel teve a ideia de matar John para vingar o assassinato do primo, em que o amigo supostamente estaria envolvido. “Nós estava tudo sob efeito de droga. Aconteceu do nada, mas me arrependo muito", afirmou diante dos jurados.

Gabriel ainda negou ser integrante do PCC, inocentou Leonardo Caio dos Santos Costa de envolvimento no caso e afirmou que Maycon Ferreira dos Santos, o “De Menor”, era o motorista do carro que levou a vítima até o local do assassinato. Depois de detalhar que atirou em John pelas costas antes de decapitá-lo, encerrou o depoimento.

Maycon então foi chamado para depor. Sentou de frente ao juiz Aluízio Pereira dos Santos e negou qualquer envolvimento na execução. Diante do júri, negou conhecer a vítima e afirmou que só assumiu o crime na delegacia para proteger o irmão, Mackson Ferreira dos Santos, que foi julgado e inocentado do crime em agosto do ano passado. “Nunca nem vi na minha vida”.

Diante da situação, o defensor público Rodrigo Stochiero – que defendia os dois – alegou conflito de interesses e pediu o desmembramento do processo de Maycon e a designação de um novo defensor para ele. O promotor Douglas Oldegardo e o juiz Aluízio Pereira acataram o pedido. Por conta disso, o réu foi retirado do júri e será submetido a um novo julgamento, em outra data.

Elionai Oliveira Emiliano, que também foi ligado ao crime por Gabriel, preferiu não ficar em silêncio durante o julgamento.

Gabriel confessou o crime e ligou Elionai e Mackson ao assassinato (Foto: Marcos Maluf)
Gabriel confessou o crime e ligou Elionai e Mackson ao assassinato (Foto: Marcos Maluf)

Esquema de segurança – Por conta do envolvimento dos réus com o PCC, a segurança no fórum foi reforçada. Pelo menos cinco policiais da Gecam (Grupamento Especializado com Apoio de Motocicletas) fazem a guarda do plenário nesta tarde. A duração do julgamento também será diferente por conta do número de pessoas envolvidas no crime.

A previsão, é que a decisão do Conselho do Sentença só aconteça amanhã de tarde. Para garantir a idoneidade do processo, os jurados terão os celulares recolhidos ao fim da sessão de hoje e serão levados a um hotel reservado pelo Tribunal de Justiça, permanecendo incomunicáveis durante o período.

Equipes da Polícia Militar reforçaram a segurança do Fórum nesta tarde (Foto: Marcos Maluf)
Equipes da Polícia Militar reforçaram a segurança do Fórum nesta tarde (Foto: Marcos Maluf)
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