“Eu implorei para meu pai parar de trabalhar”, chora filha de homem atropelado
Delegado contraria versão inicial e diz que vítima foi atingida por um caminhão
O atropelamento de Cipriano Pereira Quinhones, de 60 anos, funcionário da concessionária CG Solurb, ocorrido na tarde desta quarta-feira (17), foi provocado por um veículo pesado, segundo informou o delegado Sam Suzurama, da 6ª Delegacia de Polícia. Ao chegar ao local, a filha do trabalhador se mostrou extremamente abalada e relatou que sempre pediu para que o pai deixasse o serviço.
RESUMO
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Cipriano Quinhones, funcionário da Solurb, morreu atropelado aos 60 anos em Campo Grande. O acidente ocorreu na quarta-feira e, segundo a perícia, envolveu um veículo pesado, possivelmente da mesma empresa onde a vítima trabalhava. A filha de Cipriano estava no local e ficou extremamente abalada, relatando que havia pedido ao pai que se aposentasse. Testemunhas apresentaram versões divergentes sobre o acidente, o que dificulta a investigação. A polícia coletou amostras e ouvirá as testemunhas formalmente. A família aguarda a confirmação oficial da causa do acidente antes de se pronunciar. A Solurb lamentou a morte do funcionário e se comprometeu a acompanhar as investigações.
“Eu implorei ao meu pai que parasse de trabalhar e que saísse do caminhão. Eu implorei no último aniversário dele, pedi para que ele parasse de trabalhar”, desabafou.
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Vizinha da vítima, Regina Moraes, doméstica, também ficou comovida com a tragédia. Ela contou que foi avisada pelo filho e, ao chegar ao local, se deparou com uma cena inesperada. “Ele era meu vizinho, uma pessoa alegre, batalhadora, que amava o que fazia. Foi um choque saber que ele morreu assim”, disse. Regina relatou ainda que avisou a esposa do trabalhador, sua amiga próxima.
A vítima havia feito aniversário no dia 7 de setembro, quando familiares voltaram a pedir para que ele deixasse o trabalho.
De acordo com o delegado, as circunstâncias do acidente ainda serão esclarecidas. A perícia, no entanto, já descartou a primeira versão levantada por um representante da empresa de que o atropelamento teria sido causado por um carro que fugiu do local.
“A gente pode já assegurar de forma mais certa que foi um veículo de grande porte. A gente não sabe ainda se foi exatamente o veículo da empresa onde ele trabalhava, mas seria um veículo de porte semelhante”, explicou Suzurama.
Ele acrescentou que as informações colhidas no local foram desencontradas, já que as testemunhas eram colegas de trabalho da vítima e apresentaram versões divergentes. “A vítima morreu instantaneamente em razão da batida com um veículo de grande porte e apresentava sulcos de pneu e marcas da banda de rodagem do pneu no crânio e em uma parte do dorso. Então, a gente tem esse vestígio, que é bem contundente”, afirmou.
As amostras coletadas serão analisadas e as testemunhas devem ser ouvidas formalmente na delegacia. A família informou que só irá se pronunciar após a confirmação oficial da causa do acidente.
Em nota, a Solurb lamentou a morte do colaborador e disse que ele foi vítima de atropelamento cujas circunstâncias ainda estão em apuração. “Neste momento de dor, manifestamos nossa solidariedade e condolências à família, aos amigos e aos colegas de trabalho, reiterando nosso compromisso de acompanhar de perto as investigações e prestar todo o apoio necessário”, informou a empresa.
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