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Capital

Excesso de velocidade pode ser a causa da morte de coletor da Solurb

Segundo o sindicato da categoria, o motorista do caminhão fazia uma curva, quando o gari foi subir, caiu e bateu a cabeça

Viviane Oliveira e Mirian Machado | 11/07/2019 10:30
Familiares e amigos na manha desta quinta-feira no velório de Maurício (Foto: Henrique Kawaminami)
Familiares e amigos na manha desta quinta-feira no velório de Maurício (Foto: Henrique Kawaminami)

Está sendo velado desde as 6h horas da manhã desta quinta-feira (11) o coletor Maurício dos Santos Ortega, 39 anos, que morreu no fim da tarde de ontem (10) na Santa Casa após sofrer queda de um dos caminhões da Solurb, concessionária responsável pela coleta de lixo, na madrugada do último domingo (7).

O acidente aconteceu no cruzamento das ruas Amazonas com a Elias Nasser, no Bairro São Francisco, em Campo Grande. Segundo familiares do rapaz, excesso de velocidade pode ter provocado a morte da vítima. Maurício, que trabalhava há mais de 8 anos no ramo, deixou esposa e uma filha de seis anos.

Durante o velório, Cláudia dos Santos Valejo, cunhada de Maurício, contou que pouco antes do acidente, o rapaz ligou para a mulher dizendo que o motorista do caminhão estava correndo bastante para terminar a coleta mais cedo, pois fazia muito frio no dia. “Cada um fala uma coisa. Ainda não temos nada de concreto, mas a informação que chegou pra gente foi essa”, lamentou. Ela relatou ainda que o gari era experiente na profissão e não reclamava do serviço.

Para Donizete de Souza Silva, compadre do gari, deveria haver controle de velocidade nos caminhões de coleta. “À noite, quando já não tem movimentação nas ruas, eles [motoristas] aproveitam para pisar fundo no acelerador”, reclamou. Abraçada junto ao caixão, a mulher de Maurício não quis falar com a imprensa.

Amigo postou foto do colega com a frase "saudade" (Foto: reprodução/Facebook)
Amigo postou foto do colega com a frase "saudade" (Foto: reprodução/Facebook)

Acidente - Na madrugada em que aconteceu o acidente, quatro trabalhadores seguiam no caminhão, sendo três coletores atrás e o motorista na direção. Segundo Ton Jean Ramalho Ferreira, vice-presidente do STEAC (Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Asseio e Conservação de MS), um dos garis seguia a pé na frente da equipe amontoando o lixo, enquanto Maurício e o outro companheiro faziam a coleta na rua.

Segundo reconstituição realizada pela empresa, o motorista precisou fazer uma manobra à marcha ré para entrar na Rua Pedro Celestino. Neste momento, quando fazia a curva, o outro gari subiu no veículo. “Ele não viu o acidente. Quando olhou já encontrou o colega caído na via e acionou o motorista”, lamentou. O gari sofreu traumatismo craniano, foi levado à Santa Casa onde permaneceu na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) até esta quarta-feira. O óbito foi constatado às 17h27. 

Tudo indica que no momento em que foi subir, Maurício bateu a cabeça no ferro usado pelos trabalhadores para apoiar as mãos, caiu para trás e bateu a cabeça no meio-fio. “Ainda não sabemos se houve falha do condutor. Não podemos julgar ninguém”, disse. A empresa deu férias para o motorista, pois desde o dia do acidente vem sofrendo ameaças por parte de outros garis.

Em nota, a Solurb lamentou a morte do funcionário. “É com infortúnio que confirmamos a morte cerebral de um dos nossos colaboradores, face a fatalidade ocorrida no último dia 6. Informamos que estamos fornecendo toda a assistência aos familiares neste momento tão difícil para todos nós”. Maurício está sendo velado na pax, que fica na Rua Treze de Maio, nº 4477. O sepultamento está marcado para as 15h30 no Cemitério Jardim da Paz. 

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