Faixas e cartazes do poder público ignoram lei e poluem Centro da Capital
No Centro de Campo Grande, a paisagem está tomada por faixas e cartazes de publicidade. As propagandas são diversas, e anunciam desde eventos empresariais, churrascos beneficentes e até do poder público. Espaços de uso coletivo, como as praças do Rádio e Ary Coelho, a mais tradicional da cidade, além dos canteiros da Avenida Afonso Pena, não foram poupados.
A lei municipal é bem rígida em relação à poluição visual no Centro. Quando implantada, em 2011, as regras atingiram diretamente os comerciantes, que tiveram de fazer “um limpa” em fachadas e não podem colocar anúncios.
“O que parece não se aplicar aos demais", diz o presidente da Associação Comercial de Campo Grande, Omar Aukar. "Essas faixas que vemos hoje é que são, de fato, poluição. A lei veio para criar uma área de preservação visual, então não faz sentido ter faixas ou cartazes de qualquer espécie. Se vale para o comerciante, tem que valer todos”, acrescenta.

O estudante Brendon Oliveira, 17 anos, engrossa o coro dos perplexos. Ele, que passa pela Ary Coelho todos os dias para tomar ônibus, conta que a publicidade por meio de faixas e cartazes chamativos é comum por ali, mas, nos últimos dias, os espaços do entorno foram tomados.
“Agora tem para tudo qualquer canto, e dá para ver de vários pontos da cidade e deixa tudo mais feio”, opina.
Atleta, Wellyngton Meireles, 30 anos, acredita que a Ary Coelho “perde os ares de ponto turístico” em meio à tanta propaganda. “Tem uma fonte bacana, um coreto, e quem está passando pelo lado de fora não vai conseguir enxergar nada disso porque as faixas tampam. E as pessoas vêm aqui para relaxar, mas não vão conseguir porque fica tudo com cara de ‘pesado’”, considera.
Lei - O decreto 11.510, de 23 de maio de 2011, trata do controle da poluição visual na chamada "Zona Especial de Interesse Cultural do Centro" e, dentre outros objetivos, considera a "necessidade de proteger, manter e melhorar os valores paisagísticos que constituem a imagem harmônica" da região.
O Campo Grande News entrou em contato a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) em busca de informações sobre a autorização para fixação das faixas e cartazes, e como é feita a fiscalização da região central, mas, até o fechamento desta reportagem, não obteve retorno.