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Capital

Faltam profissionais para fazer manutenção de ar-condicionado

Luciana Brazil | 09/01/2014 11:49
Franquia aberta em Campo Grande qualificou os funcionários com profissionais vindos de São Paulo.
Franquia aberta em Campo Grande qualificou os funcionários com profissionais vindos de São Paulo.

A resposta é unânime: faltam funcionários qualificados para fazer limpeza e manutenção de ares-condicionados em Campo Grande. A escassez, segundo os proprietários de lojas, é resultado da ausência de qualificação na área.

De outro lado, a reclamação vem de profissionais autônomos. A baixa remuneração e a desvalorização da categoria fizeram com que muitos deles deixassem empresas conceituadas para tentar abrir o próprio negócio.

Em Campo Grande, nenhuma das instituições ouvidas pela reportagem oferece cursos de qualificação para técnicos em ar-condicionado. A cidade engatinha na área. A falta de cursos na área impede que o mercado cresça.

Seja para limpeza ou manutenção técnica dos aparelhos, as lojas sofrem na hora de contratar. “Falta muita gente no mercado. E não existe qualificação na cidade. O que acontece é que nós formamos o profissional dentro da empresa. Ele chega sem saber nada e apreende aqui”, explica Elsa de Vooght, 53 anos.

Mas para complicar ainda mais a situação, Elsa, que é dona da empresa Caetano Ar Condicionado há quatro anos, diz que depois de serem “qualificados” dentro da empresa, os profissionais pedem demissão e abrem o próprio negócio. Mas na opinião dela, sem conhecimento suficiente, o que ser ruim para os consumidores. “Eles ficam seis meses, a gente ensina. Aí, ele acha que já sabe e quer abrir uma empresa”, dispara.

Com quatro funcionários no quadro de profissionais, Elsa diz que o número não é suficiente. “Precisaria ter pelo menos seis. Mas o ideal, por enquanto, seriam oito”.

Matéria recente publicada pelo Campo Grande News, mostrou os perigos da falta de limpeza desses aparelhos que podem causar várias doenças respiratórias.

Omar Bruno da Silva, 24 anos, técnico em instalação e manuseio de ar-condicionado é um bom exemplo de quem aprendeu em uma empresa e meses decidiu resolveu ser autônomo. “Resolvi virar autônomo por causa do salário. As empresas não valorizam o funcionário”.

Faturando entre 100 e 200% a mais do que empregado, hoje, Omar vê muitos benefícios em ser autônomo, mas não esquece as dificuldades. “Como sou sozinho, é difícil atender a todos os clientes e acabo precisando da ajuda de outros autônomos”.

Aparelhos que não são limpos periodicamente podem desencadear doenças respiratórias.
Aparelhos que não são limpos periodicamente podem desencadear doenças respiratórias.

Trocar contato e cliente se torna parte do trabalho diário, já que a escassez de profissionais é grande. “Sempre procuro profissionais que estejam livres e que sejam bem profissionais para me substituir junto aos clientes”.

Buscando a qualificação, Omar garante que procurou cursos na área, mas não encontrou em Campo Grande. “Procurei na internet, onde tem muita coisa, mas é diferente”.

Foi nessas buscas online que Omar descobriu a boa remuneração dos outros países. Segundo ele, principalmente no México, Estados Unidos e Japão, o salário é bem mais atrativo para os técnicos e auxiliares.

Ele ainda tenta abrir a própria empresa. “Estou regularizando a situação”, diz.

De acordo com o Omar Bruno, o salário de um auxiliar técnico de refrigeração deveria ganhar, depende do trabalho e da carga horária, entre R$ 1,5 mil e R$ 3,6 mil. Já o técnico, com experiência, poderia ganhar entre R$ 5 e R$ 8 mil.

“Mas o valor pago é bem inferior. O salário de um auxiliar chega a R$ 800”.

Para um dos sócios da empresa Dr. do Ar-Condicionado, Neilton Ortega, a escassez de funcionários é uma realidade alarmante na Capital. Depois de abrir uma franquia em Campo Grande, ele também experimentou a falta de qualificação.
“Por ser uma franquia, trouxemos profissionais de São Paulo para qualificar os funcionários contratados”.

Ele ainda presta serviço para uma empresa, mas aproveita o tempo livre para trabalhar como autônomo. Kener de Arruda, 22 anos, engrossa o coro e confirma a falta de profissionais no mercado de Campo Grande. "Não tem muita gente", diz ele.

Há 5 anos ele desempenha a função de técnico em refrigeração em geral. Neste período, três anos já foram dedicados também ao trabalho autônomo. "O mercado é bem competitivo porque tem pouca gente", resume.

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