ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Família do professor de informática assassinado protesta em frente ao Fórum

Antonio Marques e Paula Maciulevicius | 22/06/2015 19:10
Familiares do professor de informática Bruno Soares, assassinado em março, protestam em frente ao Fórum durante a primeira audiência do caso (Foto: Fernando Antunes)
Familiares do professor de informática Bruno Soares, assassinado em março, protestam em frente ao Fórum durante a primeira audiência do caso (Foto: Fernando Antunes)

Familiares do técnico em informática Bruno Soares da Silva, de 29 anos, morto no dia 16 de março passado na escola Microcamp, onde ele trabalhava, protestaram hoje à tarde na frente do Fórum de Campo Grande, durante a primeira audiência para ouvir o acusado pelo assassinato, Francismar Câmara Cardoso, a esposa e testemunhas do crime.

Com faixas e camisetas com a foto de Bruno Soares, a família chegou ao local por volta das 15 horas e permaneceu até o final do dia. Neste período, eles pediram justiça. A tia e madrinha do rapaz assassinado, Marli Soares da Silva, 55 anos, disse que ainda estava de luto. “Não teremos o nosso Bruno de volta, mas a justiça dos homens vai amenizar a dor”, declarou.

A irmã da vítima, Fernanda Soares, 25 anos, revelou que a família estava arrasada e que ele nunca foi estuprador. “Da pra ver no Facebook, onde todos os amigos postam fotos de saudades”, comentou ela, consternada.

Para a mãe, Arlete Soares da Silva, 59 anos, ficou provado pelo delegado durante a investigação que o filho “era muito brincalhão e palhaço. O Francismar matou covardemente e não deu chance para meu Bruno”, declarou ela, emocionada, acrescentando que estaria em depressão por conta da perda do filho.

Arlete Soares disse também que, se o acusado for condenado, deve pegar apenas oito anos de reclusão. “Com três a quatro anos ele sai da prisão e nós vamos chorar o resto da vida”, afirmou, revoltada.

Crime – O assassinato aconteceu às 7h30 da manhã, no local de trabalho onde a vítima atuava como supervisor. É uma escola de tecnologia localizada na Rua Maracaju, entre a 13 de Maio e a 14 de Julho, no Centro.
O criminoso chegou tranquilamente e perguntou por Bruno à recepcionista. Ele esperou por cerca de cinco minutos, saiu e foi até o carro estacionado em frente, com placas de Belo Horizonte (MG), que segundo a Polícia foi alugado, mais um indício de crime encomendado.

Quando voltou, o assassino já encontrou a vítima em uma das salas em frente da recepção. Confirmou o nome do "alvo", tirou a arma, que parece ser uma carabina, escondida em uma manta, e atirou uma vez. Pelo tamanho da perfuração no tórax da vítima, foi utilizado grosso calibre. Conforme a perícia, a bala atingiu a axila esquerda, o que indica que Bruno ainda tentou se defender levantando o braço.

A morte não foi instantânea. O professor ainda chegou a pedir água, já caído no chão, mas morreu em seguida.

Motivo - O motivo para o crime teria sido vingança por suposto "crime contra a liberdade sexual", contra uma colega de trabalho do professor de Bruno Soares.

Em Boletim de Ocorrência, registrado no início de março, a mulher de Francismar, 31 anos, garantiu ter sido abordada por Bruno em um ponto de ônibus na Rua Maracaju e levada para um corredor abandonado onde acabou molestada. Na mesma noite, ela retornou para a escola, onde diz ter sido amparada por outras funcionárias. A mulher também afirmou em depoimento que contou a história ao diretor e pediu afastamento do emprego.

O caso teria ocorrido no dia 23 de fevereiro, mas ela só procurou a Polícia no dia 6 de março. Outros Boletins de Ocorrência contra Bruno foram registrados pelo mesmo motivo, mas o delegado preferiu não detalhar o teor.
A irmã da mulher, que terá a identificação preservada, contou que a família desconhecia o caso e suspeita que a história tenha sido escondida para evitar uma reação violenta do marido.

O esposo, identificado como Francismar Câmara, ficou sabendo no fim de semana e resolveu “acertar as contas”.

Nos siga no Google Notícias