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Famílias adiantam homenagens a finados com limpeza nos cemitérios

A poucos dias do Dia de Finados, famílias se mobilizam para preparar túmulos e evitar filas

Por Gabi Cenciarelli | 28/10/2025 12:32
Famílias adiantam homenagens a finados com limpeza nos cemitérios
Movimento antecipado no Cemitério Santo Antônio nesta semana (Foto: Marcos Maluf)

A poucos dias do Dia de Finados, celebrado neste domingo (2), o movimento nos cemitérios de Campo Grande já é intenso. No Cruzeiro, no Santo Antônio e no Santo Amaro, o som das vassouras raspando o chão e dos baldes enchendo de água se mistura às conversas silenciosas de quem se prepara para visitar os entes queridos.

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Com a proximidade do Dia de Finados, celebrado em 2 de novembro, os cemitérios de Campo Grande registram intenso movimento de visitantes. Nos cemitérios Cruzeiro, Santo Antônio e Santo Amaro, famílias adiantam a limpeza dos túmulos, enquanto equipes da Sisep realizam serviços de manutenção. O cenário apresenta melhorias em relação aos anos anteriores, embora ainda existam desafios, como o crescimento de vegetação entre as sepulturas. Ambulantes começam a montar suas barracas para a venda de flores, com preços entre R$ 8 e R$ 50, enquanto profissionais que vivem da limpeza de túmulos intensificam seus trabalhos.

Nesta terça-feira (28), a reportagem percorreu os três cemitérios e encontrou famílias adiantando a limpeza, ambulantes ajeitando as barracas e até quem depende financeiramente dessa época do ano. Em comum, há o esforço pessoal de cada visitante para garantir que o túmulo da família esteja limpo, mesmo nos locais onde o mato insiste em crescer e as árvores invadem as sepulturas.

Durante a visita, a reportagem encontrou equipes da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) trabalhando nos três locais, com serviços de pintura, varrição e roçada em andamento. Em muitos pontos, a limpeza já foi concluída e o aspecto geral é de organização, ainda que existam áreas antigas e deterioradas. De modo geral, o cenário aparenta estar mais limpo em relação a anos anteriores.

Famílias adiantam homenagens a finados com limpeza nos cemitérios
Conceição Aparecida dos Santos usa facão para limpar o túmulo da família no Cemitério Santo Amaro (Foto: Marcos Maluf)

No Cemitério Cruzeiro, Roberto Oliveira Lopes, de 48 anos, preparava o túmulo do sogro. “Vim preparar o túmulo do meu sogro para o Dia de Finados. Hoje vamos fazer a limpeza, acender vela, deixar mais bonitinho”, contou. Ele elogiou parte da conservação, mas apontou um problema constante. “Acho que está conservado, mas tem questão de algumas árvores que nascem no túmulo. Não sei se é permitido cortar ou como que é. Eu sou leigo nessa parte, mas elas acabam estragando as sepulturas.” O túmulo da família dele, por sorte, ainda não foi afetado.

A poucos metros dali, o aposentado Ivo Bezerra, de 81 anos, também adiantava a visita. “Eu venho sempre, não é só no Dia de Finados. Sempre cuido, porque a gente vê que tem gente que destrói. Às vezes a gente pensa que está bom, mas não sabe; então tem que olhar.” Com olhar atento, ele compara os cemitérios da capital. “Eles sempre dão uma limpada nele, sempre foi assim. Nunca ficou abandonado, igual aquele lá do Santo Amaro. Aquele lá sempre está mais abandonado, mas este aqui é bem cuidado.”

Famílias adiantam homenagens a finados com limpeza nos cemitérios
Cirlene Vieira trabalha na limpeza de túmulos no Cemitério Santo Antônio (Foto: Marcos Maluf)

Nem todos compartilham a mesma impressão. A dona de casa Sueli Costa, de 74 anos, veio de Rochedo para limpar o jazigo da família e reclamou da falta de manutenção. “Sempre é um cemitério bem abandonado, sempre é sujo, tem mato nascendo nos túmulos. E a pessoa paga pela limpeza porque meu irmão paga, meu pai pagava, mas é sempre assim, como você está vendo, sujo.” Como mora em outra cidade, ela aproveitou a viagem para consultas médicas e também para fazer a limpeza. “Hoje vim porque tinha médico na cidade e aproveitei. No Dia de Finados não vou ter tempo, então já fiz minha visita antes.”

No Cemitério Santo Antônio, o movimento também começou. Maria de Fátima Souza, de 56 anos, cuida dos túmulos de dois irmãos e de um cunhado. “Venho antes para ver como está o túmulo e limpar, porque no Dia de Finados eu visito outros cemitérios também. Prefiro dividir, senão não dá tempo”, contou.

Famílias adiantam homenagens a finados com limpeza nos cemitérios
Túmulos depredados e estruturas danificadas no Cemitério Santo Amaro (Foto: Marcos Maluf)

Entre as alamedas, o comércio temporário começa a ganhar forma. A ambulante Elizabeth Barros ajeitava as flores sobre a mesa improvisada. “Sempre venho de três a quatro dias antes do Dia de Finados, porque já tem gente visitando os túmulos. No resto do ano não trabalho aqui, então essa é uma chance de fazer uma venda extra.” Ela vende flores artificiais e naturais, com preços que variam de R$ 8 a R$ 50. “Tem gente que vem só pra olhar, mas sempre sai com alguma coisinha”, contou.

Para Cirlene Vieira, de 55 anos, o cemitério é quase uma herança de família. Ela vive da limpeza de túmulos e aprendeu o ofício com a mãe e a avó. “Minha avó trabalhava aqui, depois minha mãe e agora eu. Cresci no cemitério, vivi aqui e continuo”, contou, enquanto lavava uma lápide. “Tenho clientes que me procuram só nesta época, mas tenho uns fixos também. É daqui que tiro meu sustento.”

Famílias adiantam homenagens a finados com limpeza nos cemitérios
Elizabeth Barros vende flores na entrada do Cemitério Santo Antônio (Foto: Marcos Maluf)

No Cemitério Santo Amaro, o desafio é maior. Entre túmulos antigos e calçadas estreitas, o mato ainda domina algumas áreas. Foi lá que Conceição Aparecida dos Santos precisou recorrer ao facão para conseguir entrar na capela da família.

 “Nós trouxemos o facão porque não dava nem para abrir a porta aqui, você acredita? Aquele mato tudinho foi tirado daqui. Estava subindo no túmulo, não dava nem para entrar.” Depois de limpar o próprio espaço, ela ainda ajudou vizinhos, cortando o mato dos túmulos ao redor. “Sempre viemos antes, porque no dia não dá. É muita gente, muito movimento”, contou, enquanto recolhia os galhos do chão.

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