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Capital

Famílias ignoram decisão da Justiça e continuam acampadas na BR-163

Alan Diógenes | 03/09/2014 17:31
Apesar de decisão, família continuam acampadas. (Foto: Simão Nogueira)
Apesar de decisão, família continuam acampadas. (Foto: Simão Nogueira)
Apenas 100 famílias foram retiradas da área próxima ao trilho. (Foto: Simão Nogueira)
Apenas 100 famílias foram retiradas da área próxima ao trilho. (Foto: Simão Nogueira)

Apesar de a Justiça ter determinado a retirada dos sem-terra em uma área próxima às margens da BR-163, na saída para São Paulo, as 600 famílias ainda permanecem acampadas no local por tempo indeterminado. Os integrantes do MAF (Movimento de Agricultura Familiar) apenas retiraram 100 famílias que tinham montado os barracos próximos à linha ferroviária.

De acordo com uns dos integrantes, Claudinei Monteiro, 35 anos, essas famílias foram colocadas em outro local dentro do assentamento. A ordem passada para os assentados é a de que eles devem ficar 20 metros distantes do trilho.

“A decisão da Justiça, a pedido da empresa ferroviária ALL (América Latina Logística,) era a de retirar as pessoas que estavam morando próximos do trilho e foi o que fizemos”, explicou Claudinei.

Segundo Claudinei, durante o comunicado da decisão de retirada das famílias do local, na terça-feira (2), não houve truculência nem por parte da polícia, nem por parte dos assentados. Mas, o integrante criticou a forma que o aviso foi dado. “A promotora de Justiça apenas leu o comunicado e não deixou nenhum documento com a gente. Como podemos dar credibilidade no aviso desta forma?”, questionou.

Já o integrante Augusto Gonçalves, 28 anos, que faz parte do movimento há quatro anos, informou que o grupo ficará no local por tempo indeterminado, até que seja feita a reforma agrária. “Cansamos de esperar, nos reunimos e estamos reivindicando o que é nosso por direito. Se não fizermos desta maneira, nunca teremos nossas terras”, destacou.

Augusto acusa o governador do Estado como responsável pelo demora na reforma agrária. “Dos oitos anos em que André Puccinelli assumiu o governo nada foi feito para nossa classe. Estamos desacreditados, mas não vamos perder a esperança. Uma hora ele vai ter que meter a caneta e fazer o que é certo”, finalizou.

A ordem de retirada das famílias foi expedida pelo juiz Marcelo Andrade Campos Silva, da 16ª Vara Cível. Na manhã de ontem, uma oficial de Justiça compareceu ao assentamento, por volta das 10h, junto com a Polícia Militar, para fazer a segurança.

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