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Capital

Aviso de mudança no local de feira tradicional vira motivo de disputa em bairro

Há 28 anos, comércio acontece aos domingos na Av. São Nicolau, mas pode mudar de rua após pedido de associação

Por Ketlen Gomes | 17/08/2025 13:18
Aviso de mudança no local de feira tradicional vira motivo de disputa em bairro
Feira do Santa Luzia neste domingo (17). Local virou alvo de divergência no bairro. (Foto: Juliano Almeida)

O futuro da Feira do Santa Luzia virou motivo de impasse no bairro. Enquanto a associação de moradores pede a retirada da feira da Avenida São Nicolau, feirantes, consumidores e outros comerciantes defendem que ela permaneça no local, onde funciona há 28 anos, todos os domingos, das 7h às 12h.

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A tradicional Feira do Santa Luzia, que funciona há 28 anos aos domingos na Avenida São Nicolau, em Campo Grande, tornou-se alvo de disputa entre moradores e comerciantes. Enquanto alguns pedem sua retirada, outros defendem a permanência no local. A polêmica teve início após feirantes receberem notificação da Associação de Moradores determinando a transferência para a rua São Gregório. Comerciantes e frequentadores argumentam que a mudança prejudicaria as vendas e acabaria com uma tradição do bairro, enquanto opositores citam problemas com o transporte coletivo.

O impasse começou depois de uma notificação extraoficial entregue pela Associação de Moradores do Santa Luzia aos feirantes, sem a presença de representantes da prefeitura, informando que a feira livre seria transferida para a Rua São Gregório, duas quadras abaixo da Avenida São Nicolau.

Proprietário de um barraca de acessórios para celular e eletrônicos,  o feirante Eduardo Ribeiro, de 30 anos, defensor da permanência da feira no local atual, conta que ficou surpreso ao receber a notificação, já que não houve aviso prévio nem qualquer discussão sobre a mudança. Ele conta que recebeu, no dia 3 de agosto, uma a determinação de que os comerciantes teriam duas semanas para deixar a via.

Aviso de mudança no local de feira tradicional vira motivo de disputa em bairro
Feirante Eduardo Ribeiro, de 30 anos, defensor da permanência da feira na Avenida São Nicolau (Foto: Juliano Almeida)

Ele afirma que a nova área não é atrativa para vendas por ter pouco movimento, além de os consumidores já estarem acostumados com a feira na São Nicolau. “Querem levar a feira para duas ruas bem abaixo, em um lugar escondido”, criticou o comerciante.

Entre os argumentos para a mudança de local está o fato de que a avenida fazer parte do trajeto do transporte coletivo. Mas apoiadores lembram que, em outras regiões da Capital, os ônibus mudam o itinerário em dias de feira, o que poderia ser adotado também na São Nicolau, já que o espaço ocupado é de apenas uma quadra e aos domingos, quando a frota é reduzida. Feirantes também sugerem a transferência para uma rua paralela, sem passagem de ônibus, mas reclamam que a proposta não foi considerada.

Aviso de mudança no local de feira tradicional vira motivo de disputa em bairro
Dona Sandra tem filhos que mora perto da feira, e aproveita os domingos para fazer as compras. (Foto: Juliano Almeida)

Acostumada com a feita na Avenida São Nicolau, a consumidora Sandra Alzira Siqueira, 64 anos, afirma que, embora não more no bairro, vai todos os domingos ao local comprar verduras. “Eu prefiro vir aqui pela variedade. Se mudar, já fica mais difícil e eu nem venho mais”, disse.

Além de consumidores e feirantes, comerciantes com estabelecimentos físicos na avenida também defendem a permanência da feira. Danilo do Carmo, 37 anos, dono de uma lanchonete e morador do bairro desde criança, afirma que o evento movimenta a rua e preserva uma memória cultural.

“Já vendi salgado aqui na feira, e daí que surgiu a ideia do ponto fixo aqui na frente da feira. Então assim, a feira pra gente é cultura, tem uma memória afetiva na vida de muitos moradores aqui do bairro”, comentou. Ele defende que haja uma melhoria para os feirantes, com oferta de banheiros químicos e acredita que a feira não incomode as pessoas, já que é apenas aos domingos, em um período curto de quatro horas.

Há 12 anos com uma barraca no local, Lourdes Mendonça, 83 anos, reforça o coro a favor da permanência. “É uma péssima ideia mudar. Essa feira é antiga, as pessoas trabalham aqui com dignidade e não incomodam ninguém”, defendeu.

Aviso de mudança no local de feira tradicional vira motivo de disputa em bairro
Há 12 anos Lourdes Mendonça possui barraca na feira, ela é favorável da permanência na São Nicolau. (Foto: Juliano Almeida)

O assessor parlamentar Vagner Dolci, ligado ao vereador Ronilço Guerreiro (Podemos), que acompanha o caso, afirmou que apenas três pessoas pediram formalmente a saída da feira: dois comerciantes e uma moradora, essa situação deu inicio à queda de braço.

A reportagem tentou ouvir os autores do pedido e o presidente da Associação de Moradores, mas não obteve retorno. A prefeitura também não se posicionou até a publicação, mas o espaço segue aberto para manifestação.

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