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Capital

Fim do estacionamento na 14 ameaça projeto de shopping a céu aberto

Lidiane Kober e Filipe Prado | 01/10/2014 16:04
Fim do estacionamento na Rua 14 de Julho não agrada maioria dos lojistas (Foto: Marcelo Calazans)
Fim do estacionamento na Rua 14 de Julho não agrada maioria dos lojistas (Foto: Marcelo Calazans)

Como na Avenida Julio de Castilho, a proposta de acabar com o estacionamento em um trecho da Rua 14 de Julho está arrancando críticas de comerciantes e pode ameaçar o projeto de transformar a via em um shopping a céu aberto. Na primeira reunião com técnicos da prefeitura, empresários apresentaram estudos e se manifestaram contra o fim do estacionamento por ameaçar a circulação mensal de 30 mil clientes, que deixam seus veículos na rua.

O projeto de revitalização da Rua 14 de Julho prevê a proibição do estacionamento entre a Avenida Afonso Pena e a Rua Cândido Mariano. Hoje, a via conta com cinco pistas de rolamento, duas de estacionamento e três de circulação de veículos. A ideia é manter apenas duas para o trânsito e esticar a área de circulação dos pedestres.

No lugar das faixas, seria feito um calçadão, com área de lazer, iluminação especial e árvores para refrescar o ambiente. O plano da prefeitura é começar a obra no segundo semestre de 2015, antes, porém, será preciso conseguir autorização para emprestar U$ 56 milhões.

Ao mesmo tempo, a administração terá a missão de convencer os comerciantes a apoiar o projeto. “Em média, cada vaga recebe 10 carros por dia. Fazendo as contas, isso representa quase 30 mil clientes a menos na região em um mês. Reduzindo as opções de estacionamento você desestimula que os consumidores venham até à loja”, comentou, em reunião com técnicos da prefeitura, o presidente do Conselho do Comércio Central, André Eduardo Moretto.

Proprietária de uma loja de roupas na rua, Neide Garcia, 44 anos, contou ter sentido na pele prejuízos em outro comércio, com a mesma decisão. “Tinha uma loja perto do camelódromo e, depois que retiraram o estacionamento, senti muitos prejuízos”, relatou. “Vamos perder clientes, porque o fluxo não será o mesmo”, engrossou Alexandra Vanderlei, 22, gerente de uma loja de variedades.

Na mesma função em um comércio de venda de celulares, Kethlyen Nayara Alvarenga, 22, também calcula prejuízos. “Já é um inferno achar vagas no centro e com a retirada vai piorar”, analisou. “Fora que a concorrência ficará pior, porque quem estacionar, por exemplo na Avenida Calógeras, vai parar lá e comprar celular por lá mesmo”, completou.

Por outro lado, o funcionário do mesmo estabelecimento, Diogo de Oliveira, 18, pensa de maneira diferente. “Com a passarela maior, muita gente vai passar andando por aqui”, ponderou.

Matsuda pensa diferente e acredita que calçada maior dará conforto e atrairá mais clientes (Foto: Marcelo Calazans_
Matsuda pensa diferente e acredita que calçada maior dará conforto e atrairá mais clientes (Foto: Marcelo Calazans_

Também otimista está o proprietário de loja uma de variedades, Leonardo Matsuda, 56. “Não vai prejudicar, os estacionamentos particulares já estão atendendo a demanda e, com a calçada maior, os clientes terão mais conforto, principalmente os idosos”, frisou ele, que tem experiência de há 37 anos no comércio.

Alternativas – Prevendo a polêmica, algumas alternativas para resolver o impasse já estão em discussão. Uma das propostas é a liberação do estacionamento em um dos lados da 14 de Julho, tornando a nova calçada retilínea, como foi realizado na Rua Barão do Rio Branco. A ideia será analisada com mais rigor pelos técnicos.

Coordenadora de Projetos Especiais da prefeitura, Catiana Sabadin Zamarrenho ressaltou também que políticas de incentivo a estacionamentos privados estão sendo estudadas, assim como a implantação do modelo vertical. “É uma oportunidade para a iniciativa privada, isso vai ajudar no aumento de vagas, mas ainda assim não é o estacionamento a única solução para o Centro. Temos que encontrar juntos o modelo que mantenha o comércio vivo e atraia a população para compras e moradia na região”, considerou.

Defensor do projeto de revitalização, o comerciante Leonardo Matsuda destacou ainda que “ficou combinado que estacionamentos dos bancos vão abrir finais de semana para atender a demanda”.

Ainda na reunião, foi firmado compromisso para realizar reuniões periódicas com os empresários para informar o cronograma de trabalho e demais processos. Além da manutenção de pelo menos parte dos estacionamentos, a classe apela para as obras serem realizadas no período noturno.

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