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Capital

Construtora investigada por superfaturamento foi palco de latrocínio em 2011

Engenheiro foi morto a tiros na sede da empresa, na Vila Bandeirantes

Por Silvia Frias | 19/12/2025 11:26
Construtora investigada por superfaturamento foi palco de latrocínio em 2011
Corpo de engenheiro é retirado da sede da construtora, em crime ocorrido em 2011 (Foto/Arquivo)

A Construtora B&C Ltda, localizada na Vila Bandeirantes, um dos alvos da “Operação Apagar das Luzes”, do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), já esteve ligada a uma ocorrência policial em 2011, quando foi invadida por dois assaltantes. O roubo terminou com a morte do engenheiro civil Severino Vicente Ferreira que, segundo o processo, teria reagido ao assalto e foi atingido por um tiro.

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A Construtora B&C Ltda, alvo da "Operação Apagar das Luzes" do Gecoc, foi envolvida em um latrocínio em 2011, resultando na morte do engenheiro Severino Vicente Ferreira. O crime, cometido por três indivíduos, culminou em condenações de até 23 anos de prisão. Atualmente, a empresa é investigada por superfaturamento de R$ 62 milhões em contratos de iluminação pública em Campo Grande.A operação inclui 14 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Balneário Piçarras, em Santa Catarina, e investiga a relação entre as empresas contratadas e servidores públicos. Os contratos em questão foram firmados em 2024 e sofreram aditivos, levantando suspeitas sobre irregularidades.

O caso foi enquadrado como latrocínio e aconteceu no dia 19 de abril daquele ano, por volta das 14h.

Em março de 2012, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) ofereceu denúncia contra Vando Aparecido Vicente Santos e André Eduardo Vargas Maia. O terceiro envolvido, irmão de André, tinha 16 anos à época, e o caso dele foi encaminhado à Vara da Infância.

Nos depoimentos prestados pelos acusados, consta que a escolha da empresa foi aleatória. André Eduardo, conhecido como “Trilha” ou “Febem”, então com 18 anos, relatou à Polícia Civil que precisava de dinheiro e resolveu cometer o roubo com um amigo e o irmão.

Vando circulou pela Vila Bandeirantes e deixou os dois comparsas nas proximidades da Rua Brilhante. Dali, os irmãos andaram três quarteirões até encontrarem "imóvel aparentando ser um escritório", sendo definido que ali seria o alvo do roubo. Eles ficaram por cerca de 10 minutos observando o local antes da invasão.

Construtora investigada por superfaturamento foi palco de latrocínio em 2011
Imagem de circuito de segurança mostra irmãos na rua, antes de escolher empresa para roubo (Foto/Arquivo)

Ainda conforme o depoimento de “Febem”, os dois entraram gritando “É um assalto!”. Um dos funcionários correu e se trancou no banheiro. O adolescente foi atrás, começou a chutar a porta e foi agarrado pelo engenheiro eletricista Severino Vicente Ferreira, que tentou desarmá-lo.

Afastado da ação, “Febem” ordenou ao irmão: “Atira, atira!”. Um disparo foi efetuado e atingiu o engenheiro, que morreu no local. Os dois fugiram sem levar nada da construtora.

Na investigação, os três foram presos no dia seguinte ao crime. “Febem” isentou Vando de participação direta no assalto, afirmando que ele tinha conhecimento do plano, levou os irmãos até próximo ao local e receberia alguma quantia após o roubo.

A sentença condenatória foi proferida em 10 de fevereiro de 2012. André Eduardo Vargas Maia foi condenado a 23 anos e seis meses de prisão, em regime fechado, pelo crime de roubo qualificado, nos termos do artigo 157, parágrafo 3º, do Código Penal, combinado com o artigo 62, incisos I e II. Vando Aparecido Vicente Santos foi condenado pelo crime de roubo qualificado, com pena de 22 anos de prisão. A reportagem não localizou o processo relacionado ao adolescente.

“Febem” já estava em liberdade em 2022, após fugir do regime semiaberto, concedido na progressão de pena. Em 9 de novembro daquele ano, foi morto em confronto com policiais militares que cumpriam mandados de prisão de foragidos durante a Operação Espartano I.

Segundo apurado à época, ele foi morto dentro de casa, com dois tiros no tórax, ao reagir à abordagem policial. Chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Regional, mas não resistiu aos ferimentos.

Construtora investigada por superfaturamento foi palco de latrocínio em 2011
Ficha criminal de "Febem" depois que foi preso pelo latrocínio (Foto/Divulgação)

Investigação – Hoje, a construtora é alvo de operação do Gecoc que apura um esquema de superfaturamento de R$ 62 milhões em contratos de manutenção do sistema de iluminação pública de Campo Grande.

O grupo cumpre 14 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Balneário Piçarras (SC). Os levantamentos também indicaram o envolvimento das empresas contratadas com servidores públicos de Campo Grande. A investigação atinge contratos em vigência, firmados em 2024 e objeto de aditivos.

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