UEMS muda regra e reduz peso dos votos de professores em eleição de reitor
Professores perdem vantagem histórica e passam a dividir decisão com técnicos e alunos
A eleição para reitor e vice-reitor da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) acaba de mudar de lógica. Uma resolução publicada nesta quinta-feira altera o peso dos votos e põe fim ao modelo que dava ampla vantagem aos professores. A partir de agora, docentes, técnicos e estudantes passam a ter o mesmo peso no resultado final: um terço para cada grupo, nos moldes do que já ocorre nas universidades federais.
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Até então, a conta era desequilibrada. Os votos dos professores valiam 70% do resultado, enquanto técnicos administrativos e estudantes ficavam com apenas 15% cada. Na prática, isso significava que a escolha podia ser definida quase exclusivamente pelo corpo docente, mesmo com um número muito maior de alunos aptos a votar. Para se ter ideia do impacto, a UEMS tem atualmente 579 professores, 475 técnicos e cerca de 9.600 estudantes.
A mudança está formalizada na resolução de 11 de dezembro, aprovada em reunião extraordinária do conselho universitário. O texto altera a norma que vaia desde 2007, que regulava o processo eleitoral, e também o Regimento Geral da instituição.
O novo modelo estabelece que o índice final de cada chapa será calculado com base em 1/3 do resultado entre docentes, 1/3 entre técnicos e 1/3 entre estudantes, independentemente do tamanho de cada grupo.
Na justificativa, Conselho Universitário da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul afirma que a mudança está ligada ao princípio da gestão democrática e à autonomia universitária. O entendimento é que todos os segmentos exercem papel essencial no funcionamento da universidade e, por isso, devem ter participação equilibrada na escolha da reitoria. Segundo o texto, a paridade amplia a legitimidade do reitor eleito e reduz conflitos internos.
Agora, o voto de um estudante continua não sendo “um por um” na contagem direta, mas o bloco dos estudantes passa a valer tanto quanto o dos professores e o dos técnicos. É uma virada relevante num cenário em que quase 10 mil alunos tinham, juntos, menos peso do que pouco mais de 500 docentes. A universidade segue autônoma para definir suas regras, mas agora com uma eleição bem mais próxima do discurso de participação que costuma defender.


