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Capital

Flanelinhas voltam e motorista "foge" para estacionamento particular

Filipe Prado | 01/02/2014 10:45
Flanelinhas voltam a atuar no centro da cidade (Foto: Cleber Gellio)
Flanelinhas voltam a atuar no centro da cidade (Foto: Cleber Gellio)

Os flanelinhas, como são conhecidos os guardadores de veículos, voltaram ao Centro de Campo Grande menos de 24 horas após serem liberados pela Polícia. E o retorno manteve o receio dos motoristas, que preferem estacionar os carros em estacionamento particulares. Eles afirmaram que muitos não tem boas intenções e acabam danificando os carros.

“Isso é uma faca de dois gumes”, comentou o gerente de vendas Gleison Martins, 35 anos. Muitos motoristas ficam inseguros em deixar os carros estacionados nas ruas do centro. “Muitos não são de confiança, muitos amigos meus tiveram o carro riscado por eles”, relatou Alex Queiroz, 30.

Com isso, muitos preferem parar em estacionamentos particulares, mesmo que o preço seja maior. “Eu estaciono aqui, pois há dois anos riscaram o meu carro, então toda vez que venho para Campo Grande, prefiro deixar aqui”, contou o produtor rural Adão Almeida, 43.

Outros motoristas confiam mais nos “flanelinhas”. “Tudo depende. A abordagem, o jeito da pessoa, do local, alguns podem ser de confiança, mas prefiro estacionar em lugares particulares”, comentou Denise Souza Oliveira, 31.
“Sempre vai existir os flanelinhas. Eu confio, pois nunca me fizeram mal”, afirmou o funcionário público José Alvez, 47.

No entanto, os flanelinhas garantem que não danificam os carros. Marcos Teodoro da Silva, 46, trabalha na Avenida Afonso Pena há 11 anos. “Todos me conhecem aqui, não obrigo ninguém a me dar dinheiro e não derrubo nenhuma moto”, relatou. Ele ainda contou que cobra para guardar as motos, pois “ninguém trabalha de graça”.

Um outro flanelinha, que não quis se identificar, 50, comentou que trabalha na área do camelódromo há dois anos e todos confiam em seu trabalho. Mas, ele admitiu que existem pessoas que “são mal intencionadas”.

Algumas pessoas dão algumas sugestões, para legalizar a prática dos “flanelinhas”. “Eu acho que a prefeitura deveria fazer um curso técnico ou algo assim, para que eles aprendam a profissão e façam certo”, comentou Gleison Martins.

Ele ainda disse que prefere não dar dinheiro para os guardadores, pois “muitos aplicam de maneira errada” ou alguns até danificam os carros. “Esses dias eu vi um maltratando um motorista, só porque não deu dinheiro para ele”.

Histórico - A polícia deflagrou a operação “Tolerância Zero”, no dia 27, que recolheu 18 flanelinhas do centro da Capital e depois retornará em pontos estratégicos para conversar com comerciantes e saber se os “cuidadores de carros” voltaram ao local, para ameaçar motoristas e danificar os veículos. O grupo foi proibido de cobrar para cuidar dos veículos onde existe parquímetro.

Para os próximos dias, a Polícia organiza uma nova operação, que ainda envolve a possível prisão de autores de depredações e danos a patrimônios públicos.

Com o apoio da Deops (Delegacia Especializada de Ordem Política e Social), 19 policiais participam da ação, no cruzamento das ruas Dom Aquino com a 13 de maio, 14 de julho e Calógeras, além dos mesmos cruzamentos uma rua acima, na Barão do Rio Branco e com a Cândido Mariano.

Marcos trabalha há 11 anos na Avenida Afonso Pena e garante que não danifica os veículos (Foto: Cleber Gellio)
Marcos trabalha há 11 anos na Avenida Afonso Pena e garante que não danifica os veículos (Foto: Cleber Gellio)
Poucos motoristas confiam em deixar o veículo "nas mãos" dos flanelinhas (Foto: Cleber Gellio)
Poucos motoristas confiam em deixar o veículo "nas mãos" dos flanelinhas (Foto: Cleber Gellio)
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