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Capital

“Foi uma noite de horror”, diz vizinho de conveniência onde houve tiroteio

Aline dos Santos e Francisco Júnior | 03/10/2011 10:15

Dívida de quinze centavos acabou em morte e dois baleados no Portal Caiobá

Depois de crime, conveniência fechou as portas no Caiobá 2. (Foto: Pedro Peralta)
Depois de crime, conveniência fechou as portas no Caiobá 2. (Foto: Pedro Peralta)

“A gente acordou com pipoco de bala para tudo quanto é lado. Foi uma noite de horror”, relata um morador vizinho à conveniência LV, no Portal Caiobá 2, onde uma dívida de R$ 0,15 desencadeou tiroteio e acabou na morte de Ketson Diego da Silva Ronchi, de 17 anos. Outros dois jovens foram baleados: Jefferson de Lima, de 18 anos, e Johnes Ramos de Oliveira, de 20 anos.

Conforme o morador, a troca de tiro foi intensa nas primeiras horas desta segunda-feira. Há marcas de disparos nos muros das residências vizinhas. O morador, que não quis se identificar, chegou a guardar uma cápsula deflagrada. “Um dos tiros podia ter acertado a gente”, salienta.

O pai e o irmão do dono da conveniência foram presos. “Não conhecia os outro, mas a família do comerciante é gente boa. Nunca ocorreu um problema”, conta outro morador, que pediu para ter o nome preservado. Na mesma rua, há outras cinco conveniências.

O morador relata que os comércios ficam abertos até altas horas. “E os jovens ficam fazendo baderna, gerando confusão”, afirma. Contudo, foi o primeiro episódio à bala que presenciou.

Horas depois do crime, a conveniência LV estava com as portas fechadas. Conforme o boletim de ocorrência, a confusão teria começado ontem à noite. Ketson comprou quatro cervejas na conveniência e, ao sair, questionou, em tom intimidador, o proprietário Luiz Silva Ojeda por ter cobrado R$ 0,15 de seu amigo, que fizerauma compra no dia anterior.

O comerciante negou ter cobrado o valor que ficou faltando para que fosse pago o total exato da conta. Por volta das 22h, uma hora depois da ameaça, Ketson voltou ao local em companhia de Jefferson e Johnes. “Aqueles R$ 0,15 você vai ter que pagar para mim”, ameaçou o adolescente. Irmão de Luiz, Reginaldo Ojeda deu um soco em Kedson, dando início a uma briga

generalizada.

Armas foram apreendidas com pai e irmão de dono de conveniência. (Foto: Pedro Peralta)
Armas foram apreendidas com pai e irmão de dono de conveniência. (Foto: Pedro Peralta)

Os amigos saíram do local, mas prometeram voltar para tirar satisfação. Diante da ameaças, Natividade Ojeda, de 59 anos, buscou um revólver calibre 32; enquanto Paulo da Silva Ojeda, de 28 anos, pegou uma arma calibre 22. Respectivamente pai e irmão do comerciante, eles montaram guarda em frente à conveniência. Os amigos retornaram ao local e houve troca de tiros. À polícia, Natividade e Paulo confirmaram ter revidado dando tiros em direção ao trio.

Ferido na perna, virilha e testa, Jefferson foi levado de moto por Ketson até ao posto de saúde do bairro Coophavila. Ele retornou para buscar Johnes, baleado no queixo, e acabou morto. Ao chegar ao local, os policiais militares encontraram Ketson morto e duas motocicletas caídas sobre seu corpo.

Natividade foi detido em casa e logo em seguida a PM localizou Paulo. Eles foram levados para a Depac/Piratininga (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Paulo tem passagem por disparo de arma de fogo, registrado em 2009. Os feridos foram levados para o Pronto Socorro da Santa Casa e já receberam alta.

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