Funcionária causa polêmica ao não chamar travesti pelo nome social
A presidente da Associação de Travestis de Mato Grosso do Sul, Cris Stefanny, denunciou que foi desrespeitada por uma das atendentes durante a triagem no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian. A recepcionista não quis atender, escrever e chamar a travesti pelo seu nome social, causando constrangimento ao falar o seu nome de registro.
Cris contou que marcou uma consulta no hospital e nesta terça (30) foi realizar a triagem, minutos antes do atendimento. Uma das atendentes pediu para que ela entregasse um documento de identificação, então a presidente passou o RG, com o nome de registro, e o cartão do SUS, com o nome social, e pediu para ser chamada pelo segundo.
Mas a atendente começou questionar Cris sobre a diferença entre os nomes em cada documento, então ela voltou a frisar que gostaria de ser chamada pelo nome social. Porém, a recepcionista insistiu, escreveu e a chamou pelo nome de registro. “Na hora que entrei no consultório, o médico ficou constrangido, se desculpou pelo hospital e mudou o nome da ficha”, comentou.
Mas a presidente foi até a ouvidoria do Hospital Regional e registrou uma queixa contra a atendente. “Me falaram que ela é ficha carimbada por ali”, ressaltou Cris. Ela ainda apontou que este tipo de preconceito sempre acontece em Campo Grande.
“O problema é a pessoa se fazer de desentendida. Isso é uma falta de respeito. Além do desconhecimento não ser motivo para falta de respeito”, comentou a presidente, que relatou que no hospital há uma enfermeira travesti, mas que é respeitada por todos os funcionários do local.
Cris explicou que os documentos de registro podem ter seus nomes alterados para os sociais, porém a pessoa não pode ter nenhum processo na Justiça, sendo vítima ou réu, para que os tramites possam ser realizados.
O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa do Hospital Regional, mas as ligações não foram atendidas.