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Capital

Gabriela e Sebastião: gerações e opiniões bem diferentes sobre quarentena

Movimentação em Campo Grande está maior a cada dia, apesar de orientação das autoridades continuar sendo de distanciamento social

Marta Ferreira e Clayton Neves | 01/04/2020 08:16
Gabriela é profissional de saúde e acha que era preciso mais tempo de quarentena contra a pandemia de novo coronavírus. (Fotos: Henrique Kawaminami)
Gabriela é profissional de saúde e acha que era preciso mais tempo de quarentena contra a pandemia de novo coronavírus. (Fotos: Henrique Kawaminami)

“Volta precoce”, define a técnica de enfermagem Gabriela Freitas, de 25 anos, trabalhadora na saúde, sobre a movimentação em Campo Grande nesta manhã de quarta-feira (1º de abril), quando a cidade ainda está sob quarentena, mas já ganha ares mais próximos da normalidade. “O certo é voltar se não vai ter outro problema”, contrapõe Sebastião Celestino Alves, vendedor de títulos de capitalização.

A jovem e o senhor traduzem a divisão das opiniões no momento, entre quem acata as orientações das autoridades de saúde, de reduzir a circulação de pessoas para evitar a disseminação do novo coronavírus, e quem, sem ver saída para ganhar a vida, acha que as coisas precisam voltar a funcionar.

Na volta que a reportagem do Campo Grande News deu nesta manhã pela cidade, percebeu as ruas centrais mais movimentadas do que ontem e mais ainda do que na semana passada.

 Os mototaxistas, antes sumidos, já são vistos nos pontos próximos à Praça Ary Coelho, de onde saem os ônibus que estão atendendo parte dos trabalhadores.  Na Afonso Pena, a via artéria mais famosa da cidade, tráfego “quase normal” de veículos.

Para os dois personagens ouvidos pela reportagem, a opinião sobre o tema tem leituras diferentes.

“Ainda não deu tempo de manifestar a doenca nas pessoas. Se estão em período  de contágio, a quarentena tinha que  continuar. É muito cedo para acabar”, opina”.

“Sinto saudade sente falta da cidade cheia”, admite a jovem. “Tenho vontade de sair, andar”, completa. Na visão dela, nos primeiros dias “todo mundo respeitou mais, ficou mais em casa”, diante do “choque de realidade”. Agora, avalia, está “mais solto”.

Sebastião trabalha com venda de títulos de capitalização e diz que precisa da cidade movimentada, "com cuidado".
Sebastião trabalha com venda de títulos de capitalização e diz que precisa da cidade movimentada, "com cuidado".

Para Sebastião, que vive da venda de títulos de capitalização, portanto depende de haver gente na rua para ter clientes, “tá bom” assim, recomeçando a movimentação. “O certo é já comecar a voltar da forma  que estão se propondo,  cuidando.

“Dependo do movimento, fiquei em casa nois últimos dias, não vejo a hora de voltar para a rua. Antes, admitiu, os filhos obrigaram a ficar em casa.

Parcial – A quarentena em Campo Grande, por enquanto, termina no dia 6 de abril. Aulas estão suspensas, o comércio em sua maioria está fechado, com exceção de restaurantes, farmácias, mercados e lojas de material de construção.  O transporte coletivo só atende profissionais de saúde de estabelecimentos autorizados a abrir.

O toque de recolher continua em vigor: ninguém pode estar nas ruas depois das 22h.

Motociclista na Avenida Afonso Pena, com pedestres ao fundo da via mais representativa da vida urbana em Campo Grande.
Motociclista na Avenida Afonso Pena, com pedestres ao fundo da via mais representativa da vida urbana em Campo Grande.


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