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Capital

Greve prejudica idosos que têm dificuldade em usar caixas eletrônicos

Flávia Lima | 07/10/2015 15:13
Idosos fazem fila em caixa eletrônico que dispunha de atendente. (Foto:Fernando Antunes)
Idosos fazem fila em caixa eletrônico que dispunha de atendente. (Foto:Fernando Antunes)

A greve dos bancários em Campo Grande, que acompanha mobilização nacional e está em seu segundo dia, prejudica mais os idosos e aposentados que tem procurado as agências na tentativa de realizar saques. Acostumados a realizar o serviço nos caixas internos, operados por funcionários, a utilização das máquinas acaba se transformando em uma barreira para muitas pessoas.

Frente a dificuldade de operar o equipamento, algumas pessoas desistem e acabam deixando a agência. Outros, sequer sabem que o equipamento funciona mesmo durante a greve.

Foi o caso da aposentada Odete Celestino, que acompanhava o marido, Geraldo de Souza Cavalheiro em uma agência da Caixa Econômica Federal, na Rua 13 Maio. Ela conta que seu benefício é depositado no Bradesco,mas nem iria tentar ir até o banco, acreditando que os equipamentos estavam desligados.

Somente após descobrir que o saque poderia ser feito, ela decidiu ir até uma unidade do banco. Já o marido Geraldo conseguiu sacar o benefício antes do início da greve, mas agora buscava uma lotérica que não estivesse lotada para efetuar o pagamento das contas de consumo.

Na agência do Bradesco, na Rua Cândido Mariano, a equipe do Campo Grande News pode constatar a dificuldade dos idosos pelo tamanho da fila formada no caixa eletrônico que dispunha de um atendente para orientar no manuseio da máquina.

Apesar de a maioria dos caixas conter cédulas, os idosos preferiram buscar ajuda do funcionário devido ao receio de efetuar alguma transação errada. As aposentadas Francisca Ferreira da Silva e Célia Regina Paiva aguardavam na fila para realizar depósitos e saques. "Estou acostumada a fazer isso dentro do banco. Nunca mexi nessa máquina", afirma Francisca.

Assim como ela, o aposentado Olegário Frete decidiu esperar pelo auxílio do funcionário, mesmo observando que os demais caixas continham cédulas. "A greve atrapalha muito porque a gente acaba esperando muito tempo nas filas", ressalta.

O medo de operar o equipamento não é o único problema enfrentado por essa população. A possível falta de cédulas nos terminais eletrônicos também preocupa. Com medo de ficar sem o pagamento liberado nesta quarta-feira (7) pela empresa, a funcionária de serviços gerais Leonina Oliveira Pedroso aproveitou o horário de almoço para correr até uma agência do Banco do Brasil. "Vou tentar sacar todo o valor porque se a greve demorar tenho medo de ficar sem dinheiro", diz.

O diretor jurídico do Sindicato dos Bancários, Orlando de Almeida Filho, que acompanhava a mobilização na agência do Banco do Brasil da Rua 13 de Maio, explica que as maiores agências tem procurado deixar funcionários para orientar os idosos. "Os serviços essenciais contam com algumas pessoas. O serviço fica lento, mas a população não está totalmente sem auxílio", diz.

Sobre a reposição das cédulas nos terminais eletrônicos, ele destaca que os responsáveis pelo serviço são os tesoureiros das agências e que nas unidades onde houver funcionários trabalhando, a operação será feita. No entanto, funcionários responsáveis por outras funções não são obrigados a realizar o trabalho de reposição.

Segundo o presidente do sindicato da categoria, Edvaldo Barros, só na Capital já são mais de 60 agências bancárias fechadas na manhã desta quarta-feira. No total, ele acredita que pelo menos mais 20 unidades fecharam as portas em todos os municípios coordenados pelo sindicato.

Em Jardim, 100% das agências aderiram a greve e, segundo Edvaldo, Aquidauana também deve ter todas as agências participando do movimento nesta quarta.

Na Capital todas as agências da região central estão fechadas. Outros municípios que contam com grande adesão são Sidrolândia, Anastácio, São Gabriel do Oeste e Nioaque. Na Capital são 2,7 mil bancários distribuídos em 120 agências.

A categoria pleiteia um reajuste de 16%, porém a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) ofereceu apenas 5,5%. Os bancários também pedem fim das cobranças abusivas de cumprimento de metas e contratação de mais funcionários.

Odete Celestino não sabia que os terminais eletrônicos continuam funcionando. (Foto:Fernando Antunes)
Odete Celestino não sabia que os terminais eletrônicos continuam funcionando. (Foto:Fernando Antunes)
Leonina Pedroso correu para sacar o salário com medo de ficar sem dinheiro. (Foto:Fernando Antunes)
Leonina Pedroso correu para sacar o salário com medo de ficar sem dinheiro. (Foto:Fernando Antunes)
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