Hábito e necessidade fazem trabalhador superar combo "frio, domingo e pandemia"
Termômetros marcavam 14 °C no começo do dia em Campo Grande, segundo registrou o Inmet
Não importa o dia, a temperatura que faz ou a que doenças estará exposto, Zilton Alves, 51 anos, levanta sempre às 4h e sai para trabalhar. Como em “4 da Manhã”, canção de Criolo, o catador de recicláveis põe seu bloco para desfilar porque tem contas a pagar.
Hoje (23) não foi diferente. Por volta das 7h30, Zilton já perambulava com seu carrinho pela Vila Marcos Roberto, região sul de Campo Grande. A frente fria que arrebata a Capital desde sexta-feira (21) atrapalha, mas o domingo amanheceu com promessas de alívio nos termômetros, que marcavam entre 14 °C e 15 °C ao raiar do dia, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Apesar do frio, Zilton leva usa chinelo de dedo para trabalhar. “Machuca menos que tênis, sapato”, diz ele, que costuma sair da Marcos Roberto, onde mora, e caminhar até a região do Jardim TV Morena atrás de lixo reciclável. Por vezes, vira a noite trabalhando no Centro.
O frentista Edvaldo dos Santos, 43, também levanta cedo todos os dias, como neste domingo (23). Segundo ele, o hábito ajuda a superar o frio.
“Fico aqui no posto, onde é tudo aberto, mas já estou acostumado a trabalhar desse jeito. Sexta foi pior, agora já está até tranquilo, mais quente”, comenta. Há dois dias, a sensação térmica chegou a 3 °C em Campo Grande.
Já o gerente de açougue Eric Nogueira Maciel, 42, sai de casa sempre às 6h. “O frio dá menos vontade de acordar, mas não tem o que fazer. Tem que ir trabalhar”, revela.
O que alenta o gerente é poder trabalhar abrigado, em local fechado, onde “consegue se aquecer”, diz.
Para alívio do trabalhador que madruga, as temperaturas sobem mais a partir de amanhã (24) em Campo Grande. A máxima prevista pelo Inmet é de 32 °C, com mínima de 16 °C.