HU diz que reforçará segurança após falsa aluna de Medicina acompanhar parto
Caso é investigado por exercício ilegal de profissão ou de atividade pela Polícia Civil de MS

O caso da falsa estudante de Medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) que tirou foto com mãe e bebê, sugerindo ter acompanhado até um parto no Humap (Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian), mostrou falha no sistema de segurança da instituição de saúde e revelou o risco que pacientes e funcionários correm com a facilidade da invasão ao local.
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O Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) está reforçando seus protocolos de segurança após uma mulher se passar por estudante de Medicina da UFMS e supostamente acompanhar um parto. O caso, ocorrido no último domingo, expôs vulnerabilidades no controle de acesso à instituição. A administração do hospital informou que está finalizando a contratação de empresa de segurança e que, desde junho, implementou sistema de reconhecimento facial com cadastro obrigatório. O caso está sendo investigado pela 5ª Delegacia de Polícia Civil como exercício ilegal de profissão.
Na manhã desta terça-feira (24), a assessoria de imprensa do hospital informou que está em fase final o processo de contratação de empresa de segurança. A contratada terá que disponibilizar funcionários desarmados para trabalharem lá e reforçarem o controle de entrada de pessoas.
O Humap alega ter começado só recentemente a exigir reconhecimento facial e apresentação de documentos para permitir servidores, residentes, estagiários, terceirizados, pacientes e visitantes entrarem. A instituição de saúde é uma das que recebe o maior fluxo de pessoas em Campo Grande, atendendo também encaminhamentos de pacientes do interior do Estado.

"Desde junho de 2025, foi implantado um sistema de reconhecimento facial, com pré-cadastro obrigatório mediante apresentação de documentos, para todos que ingressam nas dependências do hospital, para reforçar a segurança na instituição", informa nota da assessoria.
Segundo denúncias contra a falsa acadêmica feitas ao Campo Grande News, a foto com a mãe e recém-nascido foi tirada no último domingo (22), e postada no story do perfil do Instagram da mulher ontem (23) – provavelmente depois da implantação do sistema de reconhecimento facial.
Na nota enviada, o hospital acrescentou que está apurando os fatos internamente e "reforçou seus protocolos internos de validação de vínculos acadêmicos e funcionais".
Polícia investiga - A 5ª Delegacia de Polícia Civil de Mato Grosso do Sul está investigando o caso como exercício ilegal de profissão ou de atividade. O inquérito é sigiloso.
Como o Humap é uma instituição federal, administrada pela Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), a reportagem também questionou se a Polícia Federal está investigando a invasão e possível falsificação de documentos por parte da suspeita. Não houve retorno até a publicação desta matéria.
A mulher - A falsa estudante foi procurada ontem. Por mensagem, afirmou que não poderia se manifestar por estar sob efeito de remédios para ansiedade. Disse também que advogado entraria em contato para apresentar uma versão, mas isso ainda não ocorreu.
No Linkedn, rede social para uso profissional, ela se identifica como vendedora de varejo de uma franquia famosa de roupas de ginástica do Shopping Campo Grande. Funcionária que trabalha no local há nove meses afirmou não conhecê-la. A reportagem tentou, mas não conseguiu contato com o proprietário da loja para confirmar se a falsa estudante seria uma ex-contratada.
O nome da mulher também aparece em lista de inscritos para o vestibular de Medicina da Universidade Uniderp Anhanguera, na Capital, para ingresso no segundo semestre de 2023. Segundo o documento, ela sequer chegou a fazer a prova.
Estudantes que denunciaram o caso afirmaram que a jovem tem diagnóstico de transtorno psiquiátrico, o que não está confirmado.
O Campo Grande News optou em preservar o nome e o rosto da suspeita até que ela se manifeste sobre o possível transtorno psiquiátrico.
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