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Capital

HR diz que está colaborando com operação da PF que investiga fraude

O cardiologista Mercule Pedro Pauslista Cavalcante e o empresário Pablo Augusto de Souza Figueiredo seriam os cabeças do esquema e terão de usar tornozeleira eletrônica

Geisy Garnes | 25/01/2018 15:23
Equipes estiveram no Hospital Regional nesta manhã (Foto: Bruna Kaspary)
Equipes estiveram no Hospital Regional nesta manhã (Foto: Bruna Kaspary)

Após a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (25), o Hospital Regional afirmou que está colaborando com as investigações da Operação Again, que apura o superfaturamento na compra de estentes e prótese utilizada para desobstruir artérias do coração.

Em nota o Hospital Regional afirmou que “abriu as portas para a Polícia Federal e está fornecendo todos os documentos solicitados para colaborar com as investigações”.

Conforme apurado pela Campo Grande News, o médico Mercule Pedro Paulista Cavalcante também é funcionário do setor de cardiologia do Regional e assim como fazia no Hospital Universitário, coordenava o esquema de desvio de recursos e equipamentos das unidades.

De acordo com o delegado Marcelo Botelho, que comanda o inquérito, licitações de ambos os hospitais eram direcionadas com cláusulas restritivas para beneficiar determinadas empresas, que pagavam propina ao cardiologista e outros profissionais envolvidos. Em alguns casos, o Mercule atuou diretamente nos processos licitatórios.

As próteses, que custam cerca de R$ 800 no mercado, chegaram a ser vendidas as unidades públicas de saúde por R$ 2 mil. Os equipamentos comprados pelos hospitais públicos também eram desviados pelo profissional para uso nas clínicas particulares e até próteses vencidas eram utilizadas.

Mercule é autoridade no setor de hemodinâmica – método que usa técnicas invasivas, como o cateterismo, para obtenção de dados sobre cardiopatias – do HU. Ele é também dono de uma clínica que funciona no Hospital da Cassems -Intercath Centro de Diagnósticos e Intervenção Cardiovascular Ltda. - e aparece como sócio da Endocath Diagnósticos e Tratamentos Ltda., que fica em Dourados.

A pedido da PF e por determinação judicial, o médico foi afastados dos hospitais públicos e terá de usar tornozeleira eletrônica. Além dele, o empresário Pablo Augusto de Souza Figueiredo, dono de uma das empresas alvo da operação, também terá que usar o aparelho. Os suspeitos têm 3 dias para comparecer ao Patronato Penitenciário da Capital, onde são instalados os aparelhos de monitoramento.

Empresas - As empresas alvo da operação são a Amplimed Distribuidora de Produtos Hospitalares Ltda., que pertence a Pablo Augusto de Souza Figueiredo, e a QL Med. As duas tiveram contratos, firmados em 2016 e 2017, que somam R$ 12 milhões com o HU e o HR.

É investigado ainda o pagamento de viagens e veículos de luxo (com valor acima de R$ 200 mil) pela empresa de Pablo ao médico. Está confirmado que foram custeadas viagens nacionais, com possibilidade de ser congresso médico e até uma viagem dos dois, acompanhados das famílias, para Miami.

Além dos dois principais alvos, mais seis pessoas são, todos servidores segundo a PF, investigadas. A PF e a CGU (Controladoria Geral da União) se debruçaram sobre R$ 6 milhões em contratos e identificaram até o momento R$ 3,2 milhões em prejuízos aos cofres públicos.

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