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Capital

HR não contrata enfermeiros e mais de 1,5 mil pacientes aguardam cirurgias

Prazo dado para evitar interdição ética foi estendido, mas quadro de profissionais ainda não foi ampliado

Tainá Jara | 30/01/2020 14:49
Governo já manifestou intenção de terceirizar o HR (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)
Governo já manifestou intenção de terceirizar o HR (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)

A menos de 30 dias de terminar o prazo dado pelo Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) e MPE (Ministério Público Estadual), o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, ainda não contratou os 34 profissionais solicitados em meio a processo para interdição ética da unidade de saúde. O temor é que a situação comprometa o atendimento de mais de 1,5 mil pacientes na fila por cirurgias.

Em reunião realizada no dia 14 de janeiro, para discutir o rito de interdição ética, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) apresentou proposta de convocar seis profissionais cedidos, entre enfermeiros e técnicos de enfermagem, e realizar a contratação de 20 enfermeiros.

O número de contratações mínimas estipulado durante o acordo é o necessário para que o HRMS consiga sanar ilegalidades quanto ao número de profissionais. O presidente do Coren-MS, Sebastião Junior Henrique Duarte, esclarece que a fiscalização constatou déficit geral de 261 enfermeiros e 197 técnicos de enfermagem no hospital.

Outra proposta apresentada pela secretaria é o plano contingenciamento de leitos, já criado pela diretoria do setor e aprovado pelo colegiado, neste mês. Com isto, a administração já testa o grau de dependência de pacientes para aplicar plano de contingenciamento de enfermeiros e técnicos de enfermagem.

O Coren-MS é contrário, pois a medida impediria o acesso da população aos serviços prestados pela unidade.

Riscos – Maior instituição de saúde de atendimento de média e alta complexidade vinculada ao SUS (Sistema Único de Saúde) no Estado, o Regional poderá ter comprometido diversos procedimentos caso não adeque o número de profissionais da enfermagem à demanda de atendimento. Até 28 de janeiro, 1.548 pacientes esperavam por 18 tipos de procedimentos cirúrgicos.

Conforme o Sisreg (Sistema de Regulação de Saúde), a demora é maior para a cirurgia geral, que compreende as áreas abdominal, videolaparoscópica e trauma. Aguardam 740 pessoas, atualmente. A segunda maior é a ginecológica, sendo 274 a quantidade de mulheres na fila.

Em seguida, vêm as cirurgias plásticas e as pediátricas. Esperam pela primeira 134 pacientes, enquanto 115 crianças aguardam para realizar os procedimentos que necessitam.

Há ainda problemas estruturais que comprometem o atendimento. Fiscalizações realizadas em novembro e dezembro de 2019, foi constatado que o Centro Cirúrgico da unidade funcionava com capacidade reduzida em 50%. Assim como esse setor, a Maternidade e a sala de cirurgias eletivas estavam com funcionamento comprometido.

Também foi constada a falta de insumos básicos para assistência em Enfermagem, que comprometem a segurança, tanto do profissional, quanto do paciente. Entre os descritos estão: soro fisiológico, esparadrapo, luvas e antibióticos.

OS - O secretário de saúde do Estado, Geraldo Resende, mencionou, no ano passado, a intenção do governador de transferir a gestão do Hospital Regional a uma Organização Social (OS). O Coren-MS recebeu a notícia com preocupação, considerando que sua efetivação significa a transferência de um serviço público, garantido constitucionalmente, para a iniciativa privada.

A SES ainda não se manifestou sobre o assunto.

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