Iniciada há 15 anos, área invadida ainda cresce no Bairro Nova Capital
Área invadida há cerca de 15 anos, no Bairro Nova Capital, próximo ao Kartodromo Municipal de Campo Grande, não foi regularizada pelo poder público. Contudo, apesar dos problemas com a falta de água e energia elétrica, a "favela" cresce a cada dia.
Há mais de 15 anos a área já é ocupada pelos moradores. Eles não têm mais esperanças da intervenção da prefeitura. “Estamos sem solução. Já ficamos sem luz, sem água”, relata Josilane Malaquias, 30 anos.
Ela explica que os moradores da região passam por muitas dificuldades e não tem previsão de sair do local. “Nós já ficamos três semana sem água e todos os dias ela acaba de manhã e só volta a tarde. Já fiz meu cadastro na EMHA (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande), mas nunca fui chamada”, comenta Josilane.
Mas, Silvia Clemente de Souza, 28, explica que a área já foi muito pior. “Agora temos coleta seletiva. A energia é ruim, mas está melhor do que antes”, relata.
Para os outros moradores, mais antigos, a reclamação é sobre a qualidade de vida. Antonio Alencar, 79, está na área por falta de opção. “Meus cinco filhos me largaram aqui, não tenho para onde ir. Eu vivo uma vida mendiga”, relata o morador.
Antonio é analfabeto e recebe um salário do estado, para ajuda de custo, e tenta conquistar seus direitos no Nova Capital. “Quero um cavalete e um padrão aqui na minha casa. Quando comprei aqui, não tive orientação, comprei sem saber”, relata Antonio.
Os moradores ainda têm medo de que aconteçam acidentes, por conta da fiação precária na área. “Eu tenho medo que aqui pegue fogo, por causa da gambiarra da fiação elétrica”, comenta Josilane.
Mesmo com todos os problemas a "favela" continua crescendo. Ilson de Souza Marques, 46, é um dos novos moradores do Nova Capital. "Eu vou mudar pra cá para não precisar pagar mais aluguel, pra mim financeiramente é melhor. E tenho esperanças que legalizem aqui".
Prefeitura – O vereador Ademar Vieira Junior, Coringa, (PSD) tenta reverter à situação dos moradores. “A área é dividida entre particular e da prefeitura. Somente o empresário, dono da área particular, quer negociar com os moradores, mas a prefeitura não reage”, afirmou.
Ele explica que são cerca de 130 famílias morando no Nova Capital e sugeri a elas que tentem casas do estado. “Eu falo para eles se cadastrarem no EMHA, para tentar um outro lugar para morar”, relata Coringa.